O pedófilo Ian Watkins, ex-vocalista da banda galesa Lostprophets, morreu este sábado, vítima de esfaqueamento, na prisão de Wakefield, em Inglaterra, onde estava a cumprir uma pena de 29 anos (ter-se-iam somado, depois, seis anos passados em liberdade condicional). As autoridades estão a investigar dois suspeitos, homens de 25 e 43 anos, respectivamente.

O estabelecimento prisional, que, por incluir agressores sexuais de alto risco entre a sua população de reclusos, é conhecido pela alcunha “Monster Mansion” (“Mansão dos Monstros”, numa tradução livre), diz não poder pronunciar-se sobre o caso enquanto decorre a investigação policial.

Watkins declarou-se culpado, em 2013, de 13 dos 24 crimes de abuso de menores, cometidos ao longo de cinco anos, de que era acusado. Tentou violar um bebé, abusado sexualmente num hotel em Londres tanto pelo músico galês como pela própria mãe, então com 19/20 anos. “Corrompida” e “explorada” pelo homem por quem estava obcecada, como disse o seu advogado, foi condenada a 14 anos de prisão.

A uma outra mulher, pouco mais velha, foi, por sua vez, atribuída uma pena de prisão de 17 anos. Era, nas palavras da advogada, uma jovem “muito imatura” com um distúrbio de personalidade não diagnosticado e a enfrentar uma depressão pós-parto quando conheceu o músico; foi condenada por planear, conjuntamente com Watkins, a violação, por parte deste último, da sua filha pequena.

Watkins declarou-se ainda culpado de vários crimes de criação e posse de pornografia infantil (entre as provas examinadas pelo júri estavam imagens, gravadas pelo próprio músico, da sua tentativa de violação do bebé, assim como dos outros crimes sexuais que foram praticados contra aquele menor na mesma noite), assim como de ter na sua posse uma imagem envolvendo abuso sexual de um animal.

“Qualquer pessoa decente que leia e ouça o material aqui exposto sentirá choque, repulsa, raiva e incredulidade”, disse, no dia em que foi lida a sentença, o juiz John Royce, afirmando também que, embora muitos “casos horríveis” passem pelos olhos ou ouvidos de quem interage diariamente com a justiça, aquele estava num patamar sem precedentes. “O que vocês os três fizeram”, assinalou, dirigindo-se a Watkins e às duas mães jovens, “atingiu novos níveis de depravação”.

A advogada do músico sugeriu que o abuso de drogas desempenhou um “papel considerável” na sua história de múltiplos crimes sexuais. “Ele não demonstrou, em momento algum, qualquer tipo de remorso. Isso, na minha opinião, torna-o talvez o criminoso sexual mais perigoso que alguma vez já vi“, disse Peter Doyle, inspector-chefe da polícia galesa.

Watkins havia já sido esfaqueado na prisão por três reclusos, que o raptaram por algumas horas dentro da própria cadeia, há dois anos. Antes disso, em 2019, a sua pena fora ampliada em dez meses, por ter sido encontrado na posse de um telemóvel.