São cerca de 20 os países que estarão presentes na cimeira pela paz a acontecer no Egito esta segunda-feira. Presidida pelo rPesidente norte-americano Donald Trump e pelo seu homólogo egípcio Abdel Fattah al-Sisi, o Presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico Sir Keir Starmer e o Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan encontram-se entre os líderes já confirmados, assim como António Guterres, secretário-geral da ONU, e António Costa, em representação da UE. Nem Israel, nem o Hamas, irão participar.
Em cima da mesa está a necessidade de discutir o plano gizado por Trump, que se destina a pôr um fim na guerra que teve início há dois anos, quando o Hamas atacou Israel a 7 de outubro de 2023, causando mais de 1.200 mortos e 250 reféns. O exército israelita retaliou, tendo provocado até hoje acima de 67 mil mortos palestinianos, no que várias instâncias internacionais e académicas designam como um genocídio. Para Abdel Fattah al-Sisi, citado pelo “The Guardian”, a cimeira destina-se a “pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços para alcançar a paz e a estabilidade no Médio Oriente e inaugurar uma nova era de segurança e estabilidade regional”.
No mesmo dia da cimeira, segunda-feira, espera-se que a primeira fase deste plano seja concretizada com o retorno dos reféns israelitas capturados pelo Hamas que ainda permanecem no enclave, em troca da libertação por Israel de perto de 2000 prisioneiros palestinianos. Citadas pelo “Financial Times”, fonte ligada a esta diligência revelou que dos 48 reféns israelitas só 20 continuam com vida, e que apesar de a libertação estar agendada para a parte da manhã, o horário poderá mudar assim como acontecer “contratempos de última hora”. Só depois do regresso dos reféns é que os palestinianos serão postos em liberdade.
O frágil cessar-fogo que vigora desde sexta-feira, e que mesmo assim gerou grande comoção tanto do lado palestiniano quanto do israelita, permite antever que a segunda fase do plano de Trump seja mais difícil de negociar. Esta prevê o desarmamento total do Hamas e uma retirada das tropas israelitas de Gaza, assim como a entrada, neste território, de uma força internacional de estabilização e manutenção da paz.
Mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pressionado pelos seus parceiros de coligação de extrema-direita, que ameaçam derrubar o governo se o Hamas não ficar completamente desmantelado, hesita em comprometer-se com a retirada militar e com o fim da guerra. Ao mesmo tempo, é visível a perda de apoio popular. Este sábado, num evento realizado na Praça dos Reféns, em Telavive, milhares de pessoas reagiram com vaias e gritos quando Steve Witkoff, o enviado dos EUA ao Médio Oriente, mencionou Netanyahu na sua intervenção.
O ministro da defesa, Israel Katz, diz ter ordenado que exército israelita se preparasse para explodir o que resta da rede túneis do Hamas em Gaza. Por sua parte, o Hamas, apesar de aceitar o cessar-fogo, ainda não concordou com a deposição das armas.