Está a decorrer o processo relativo à quebra de contrato de Alex Palou, que se recusou a correr pela equipa Arrow McLaren na IndyCar em 2024 e a desempenhar o papel de piloto reserva na Fórmula 1 em 2023, tendo optado por permanecer na Chip Ganassi Racing.
Na sequência dessa situação, a McLaren exige mais de 20 milhões de dólares em lucros cessantes, 7,2 milhões pela renegociação do contrato de patrocínio com a NTT, 6,8 milhões por outras perdas de patrocínios, 1,3 milhão em salários adicionais pagos a outros três pilotos da IndyCar da McLaren e a devolução de um bónus de 400.000 dólares alegadamente pago a Palou.
O CEO da McLaren, Zak Brown, afirmou que as ações de Palou causaram “consequências financeiras e de reputação significativas” e que o piloto “lançou uma granada na sala” ao informar a sua decisão de forma tardia.
A defesa de Palou: enganado pela promessa da F1
A defesa de Alex Palou alega que a única atração para assinar com a McLaren era a oportunidade de chegar à Fórmula 1, e que o piloto não queria competir pela equipa IndyCar da McLaren. Afirmam igualmente que Zak Brown levou o piloto a acreditar que teria uma oportunidade clara na Fórmula 1, e que terá usado isso como “tática de negociação” para o fazer assinar com a equipa da IndyCar.
Palou refere ter-se sentido “enganado” e que “não lhe disseram a verdade” sobre as suas perspetivas na Fórmula 1 após a contratação de Oscar Piastri, considerando-se justificado em anular um acordo que, segundo ele, se baseava em “mentiras e falsas impressões”. Palou afirmou que “tudo mudou” quando soube da contratação de Oscar Piastri para a Fórmula 1 em 2023 (anunciada após o famoso tweet de Piastri de 2 de agosto de 2022, negando a Alpine), e revelou que ficou “muito chateado, preocupado e zangado” por a McLaren ter contratado outro piloto ‘rookie’ sem o ter informado da situação.
A resposta de Zak Brown e as contas da McLaren
Relativamente a estas alegações, Zak Brown afirma que a decisão não era sua, mas do então chefe de equipa, Andreas Seidl, e que o desempenho de Piastri seria avaliado face ao de Alex Palou para 2024. Brown acrescentou que Palou era apenas uma opção de recurso, um Plano B (como reserva para Lando Norris ou Piastri) ou um Plano C, podendo substituir Piastri se o australiano tivesse um mau desempenho em 2023.
Zak Brown nega ter “enganado” Palou, afirmando que nunca lhe disse que seria considerado para a vaga de 2023, mas que havia alguma hipótese de entrar na Fórmula 1. O advogado de Palou acusou Zak Brown de destruir provas ao ordenar a exclusão de mensagens do WhatsApp, ao que este retorquiu, alegando ser mentira.
Nas suas alegações, Alex Palou acrescentou que seria o piloto da IndyCar da McLaren com o salário mais baixo (com base no salário-base), apesar de ser o campeão, e que a McLaren não pode alegar os valores que refere relativos às perdas de lucros. Afirmou ainda que realizou testes privados, sessões de simulador e um Treino Livre na Fórmula 1, argumentando que a McLaren beneficiou tanto quanto ele desse trabalho prestado, não devendo, portanto, ser o único responsável por todos os custos.