Carlos Moedas superou Alexandra Leitão e foi reeleito para um novo mandato na Câmara de Lisboa. A candidata da coligação PS/Livre/BE/PAN ficou em segundo, conquistando 34,37% votos até ao final da noite, quando faltava ainda fechar a freguesia do Lumiar.
Carlos Moedas diz que os lisboetas mostraram que “querem mais Moedas”. “Os lisboetas falaram. Falaram, votaram e decidiram. Decidiram continuar connosco mais quatro anos”, disse o autarca, destacando que os resultados destas eleições “foram claros”, tendo o PSD conseguido mais 30 mil votos do que na última vez.
Alexandra Leitão assumiu a derrota e prometeu “oposição rigorosa, firme e propositiva”. “Esta caminhada já valeu por si só”, disse, acrescentando que assume “inteiramente a responsabilidade de um resultado” que não foi o desejado.
No Porto, Pedro Duarte sucede a Rui Moreira, tendo conquistado 37,29 por cento dos votos. Manuel Pizarro saiu derrotado, com 35,54 por cento dos votos. Em terceiro lugar ficou o Chega, com 8,23 por cento dos votos.
Pedro Duarte celebrou a vitória da coligação PSD/CDS-PP/IL no Porto, agradecendo à cidade pela sua “generosidade e civismo” e por, “de forma tão sábia, saber aquilo que quer para o seu futuro”.
Na sede da sua campanha, na Avenida dos Aliados, o cabeça de lista da candidatura “O Porto Somos Nós” endereçou também uma “saudação especial” a Manuel Pizarro, por quem disse ter “admiração política” e descreveu-o como “um grande portuense”.
“Vamos liderar uma enorme cidade”, declarou junto dos seus apoiantes.
Pizarro, por sua vez, assumiu “inteiramente” a derrota, rejeitando imputá-las ao atual ou ao anterior secretário-geral do PS.
“O Partido Socialista não pode ser responsabilizado por esta derrota, esta derrota é uma derrota da candidatura ao Porto, e a candidatura ao Porto é protagonizada por mim”, declarou.
O líder do PS/Madeira, Paulo Câfofo, apresentou a demissão logo quando surgiram os primeiros resultados. O partido perdeu para o Chega uma das três câmaras que detinha na Região Autónoma.
O Chega – que subiu a segunda força política nas últimas legislativas – conseguiu eleger pela primeira vez em autárquicas e logo com três presidentes de Câmara (Entroncamento, Albufeira e Santana). O presidente do partido, André Ventura, diz que “esta foi uma boa noite”, mas admite que não atingiu os seus objetivos.
“Esta foi uma noite boa para o Chega”, disse Ventura, destacando que o partido “mais do que quadruplicou face a 2021”. “No entanto, esta não é a amplitude da vitória que queríamos”, admitiu.
“Este partido já não luta para ficar em segundo nem em terceiro. Este partido luta para vencer. Hoje não vencemos mas vamos lutar para vencer”, garantiu Ventura.
País pintado a laranja e vermelho
Olhando para o país como um todo, o mapa surge pintado em tons de laranja e vermelho. O PSD leva, no entanto, vantagem, com mais câmaras e centros urbanos populosos, como Sintra, Gaia, Lisboa e Porto. O PS, por sua vez, recupera capitais de distrito.
Luís Montenegro diz que o PSD voltou a ser “o maior partido português”, realçando que foi “a primeira vez desde o 25 de Abril que o PSD ganhou câmaras em simultâneo em todos os distritos do país”.
José Luís Carneiro, por sua vez, disse estar satisfeito porque os “portugueses voltaram a confiar no PS”. “É com alegria que afirmamos que foi com muita satisfação e um grande voto de confiança do eleitorado urbano ao conseguirmos conquistar esse eleitorado e ao conseguirmos conquistar cinco capitais de distrito”, disse o secretário-geral do PS.
PS e AD têm agora o mesmo número de capitais de distrito, o que Carneiro vê como “um sinal inequívoco de que entramos num eleitorado mais exigente”.
As reviravoltas da noite
Nesta noite de eleições, houve também algumas surpresas. O Partido Socialista conquistou pela primeira vez a Câmara de Viseu e em Bragança os socialistas voltaram ao poder ao fim de quase 30 anos.
“Morreu o cavaquistão”, declarou João Azevedo, assumindo a vitória do PS na Câmara de Viseu, que conquistou 39,45 por cento dos votos.
Isabel Ferreira, a candidata eleita pelo PS em Bragança, considera que o resultado reflete “um esforço muito grande” e prometeu que a forma de liderar o município vai mudar. O PSD liderava o município de Bragança há 28 anos. As eleições foram renhidas, com poucos pontos percentuais de diferença, mas o PS conseguiu a vitória, com 50,31 por cento dos votos.
O PS também reconquistou Faro, 16 anos depois. Já em Albufeira, a vitória foi para o Chega, com 40,51 por cento dos votos, destronando o PSD/CDS-PP, que geria o município há várias décadas, e foi segundo, com 32,30%.
Em Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, da coligação PSD/CDS-PP/IL, volta à Câmara passados 12 anos, com 46,4 por cento dos votos.