Com mais votos, mais mandatos, mais presidentes de Junta e de Câmara, o PSD volta a ser “o maior partido no poder local”, sublinhou Luís Montenegro no discurso de reação aos resultados autárquicos.

Sozinho e em coligação, o PSD lidera 136 autarquias, o que permite regressar, 12 anos depois, à liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias.

No mesmo discurso, o presidente do PSD fez uma referência implícita a Cavaco Silva que em 1985, já primeiro-ministro, venceu as autárquicas. “Convido-vos a procurarem nos vossos apontamentos o último primeiro-ministro do PSD que venceu eleições autárquicas no exercício da função”, afirmou Luís Montenegro.

Nas mais recentes vitórias autárquicas do PSD (em 2001, 2005 e 2009), o partido estava na oposição.



Luís Montenegro reagiu aos resultados autárquicos na sede do PSD/Porto, onde o partido acompanhou a noite eleitoral. 


Apesar das conquistas, Montenegro admitiu que o partido teve “algumas surpresas menos agradáveis”. O PSD perdeu bastiões como Viseu ou Bragança, e capitais de distrito como Coimbra e Faro.

Terminada a contagem dos votos das eleições autárquicas, os dados da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna mostram que o PSD, isolado ou em coligação, conquista 136 autarquias, seguido pelo PS que vence 128 câmaras municipais. Os grupos de cidadãos conquistam 20 municípios.

O PSD que vence vários concelhos com maior número de habitantes. São exemplos Lisboa, Porto, Sintra, e Vila Nova de Gaia. Nota também para Braga, Ponta Delgada e Funchal e uma das surpresas da noite, Beja, que até agora era liderada pelo PS e antes pela CDU.

Já o PS conquista aos sociais-democratas Viseu, que não mudava de cor desde 1989, para além de Bragança, Coimbra e Faro. Em relação aos grandes municípios, os socialistas seguram Loures, Almada, Amadora e Matosinhos.

O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, disse que o partido voltou como grande alternativa política ao governo e mostrou vitalidade.




O Chega conquista a liderança de três câmaras:
Albufeira, Entroncamento e São Vicente, na Madeira. André Ventura admitiu que esperava mais mas destaca as conquistas nestas eleições autárquicas.

A CDU ficou com 12 câmaras, mas perdeu sete em relação às eleições de 2021. A coligação PCP/Verdes perdeu bastiões como Évora e Setúbal, para além de Serpa, mas recuperou Mora e Montemor-o-Novo. O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, assumiu a derrota nestas eleições autárquicas.

O CDS mantém as seis autarquias que tinha como Albergaria-a-Velha ou Ponte de Lima. O presidente do partido, Nuno Melo, classificou a noite eleitoral deste domingo como “muito feliz” porque conseguiu manter seis câmaras municipais e ganhar mais uma em coligação.