Custou, mas o Sp. Braga qualificou-se esta quinta-feira para a terceira pré-eliminatória da Liga Europa ao bater o Levski de Sofia, por 1-0, no prolongamento, graças a um momento de rara inspiração de Fran Navarro.
Os minhotos evitaram os penáltis e um possível cenário de queda para a Liga Conferência e vão, agora, defrontar os romenos CFR Cluj para discutir o acesso ao play-off.
Ironicamente, foi o “matador” que Vicens deixou no banco a resolver o quebra-cabeças e a derrotar a ditadura do nulo da eliminatória, sublimando o momento com uma “chilena” a roçar a perfeição.
Depois do nulo de Sofia, Sp. Braga apresentou-se com duas versões, alternando o 4x4x2 (losango) do momento defensivo com o 3x1x2x4 (em posse), sem uma referência de área, procurando desmultiplicar-se quando assumia o jogo, criando uma dinâmica que exigia diferentes tarefas a jogadores como Vítor Carvalho e Dorgeles.
Em posse, o médio brasileiro deixava o part-time de lateral direito para ocupar a posição do costa-marfinense, que assim podia associar-se aos companheiros da linha da frente, juntamente com Zalazar e Gorby. Moutinho era o estabilizador que viajava para perto dos três centrais, que assumiam as posições naturais, especialmente Niakité, que abandonava a lateral esquerda.
Fran Navarro de bicicleta põe o SC Braga em vantagem ??#sporttvportugal #EUROPAnaSPORTTV #UefaEuropaLeague #SCBraga #LevskiSofia pic.twitter.com/2BzdcZVqGZ
— sport tv (@sporttvportugal) July 31, 2025
Com estas permutas, Carlos Vicens pretendia confundir o Levski, que demorou quase 30 minutos para acompanhar as variações minhotas e poder marcar uma posição na frente de ataque.
No processo, o Sp. Braga poderia ter obtido uma vantagem de dois golos na sequência de dois cantos, com Niakaté e Largerbielke a tirarem as medidas à baliza de Vutsov. Aos 5 minutos, o maliano cabeceou à barra, e aos 8’ foi a vez do sueco falhar o alvo por centímetros.
O Sp. Braga teve ainda em Zalazar o rematador de serviço, enquanto Horta promovia os desequilíbrios e Roger procurava rasgar a defesa bem aberto na direita. Mas, tudo somado, os bracarenses ficaram-se pelas intenções, com os búlgaros a manterem o nulo na eliminatória.
Em contra-relógio
O Levski surgiria mais ameaçador na segunda parte, criando dois momentos críticos para Hornicek, apoiando-se num jogo de transições rápidas sem abdicar do bloco baixo que aglomerava seis unidades na linha defensiva.
Com o relógio a torturar o Sp. Braga, o Levski tentava levar o jogo até às últimas consequências, desesperando um Vicens que tentou novos desenhos, reformando o corredor direito e destacando Dorgeles para a esquerda, onde falhou ocasião soberana.
O prolongamento era já uma inevitabilidade. Os penáltis uma possibilidade que o Levski usou para chegar a esta ronda. Mas depois de Vicens ter reiventado várias vezes a equipa, Leonardo Lelo apareceu na esquerda, deu a Sandro Vidigal que descobriu Fran Navarro para o primeiro golo oficial da época que resolveu a eliminatória.