Fez-se história em Cabo Verde! Os Tubarões Azuis venceram esta segunda-feira a seleção de Essuatíni por 3-0 e garantiram a presença no Mundial 2026, a primeira presença dos cabo-verdianos num Campeonato do Mundo.
O domínio cabo-verdiano foi avassalador de início a fim. A equipa de Bubista estabeleceu-se no meio-campo adversário e, com velocidade e jogo exterior e interior, conseguiu, uma e outra vez, entrar na área adversária.
O conjunto de Essuatíni fechou com 10, soltando um jogador para a transição rápida, que nunca conseguiu dar frutos. Ryan Mendes, capitão de equipa, caiu uma e outra vez sobre cada ala e, em zona mais central, Dailon Livramento teve a melhor oportunidade do primeiro tempo, num remate de primeira que passou a centímetros da baliza de Shabalala.
O guardião de Essuatíni também foi responsável por atrasar a festa no Estádio Nacional de Cabo Verde, ao agarrar um remate de Jamiro Monteiro no coração da área e ao defender um disparo potente de Yannick Semedo de meia distância. O descanso chegava com 0-0 no marcador, um resultado que em nada se ajustava ao que havia sucedido ao longo de 45 minutos. A justiça, contudo, não demoraria a chegar.
Três minutos após o início do segundo tempo começou a festa na Praia. Steven Moreira cruzou, Roberto Lopes simulou e, no meio da confusão, a bola sobrou para Dailon Livramento, que encostou para inaugurar a contagem. Jamiro Monteiro esteve perto do 2-0 logo a seguir, mas acertou na trave e, aos 54′, Diney respondeu de cabeça a cruzamento da direita para amortecer para Willy Semedo, que, na pequena área, encostou para o segundo.
Com os dois golos de diferença, marcados de rajada, a seleção cabo-verdiana abrandou o ritmo e geriu a vantagem, nunca colocando em causa o controlo do jogo. A seleção de Essuatíni pouco ou nada fez para reduzir a desvantagem e, a jogar com o cronómetro, os anfitriões só tiveram de controlar a posse de bola até ao apito final.
Com o controlo do jogo, Bubista lançou Stopira, de 37 anos, que fez a 59.ª internacionalização, a primeira em mais de dois anos. Foi o histórico da equipa que, já para lá dos 90′, apareceu para fazer o 3-0 final, na recarga a remate de Garry Rodrigues.
Fez-se assim a festa na ilha de Santiago. O governo de Cabo Verde havia dado tolerância de ponto para que os cabo-verdianos pudessem acompanhar o momento potencialmente histórico e os comandados de Bubista não desiludiram. Até o empate era suficiente, face à igualdade dos Camarões (terminam em 2.º e devem seguir para o play-off de novembro, mas não é ainda garantido) frente a Angola, mas os Tubarões Azuis não quiseram arriscar estarem dependentes de terceiros. Cabo Verde venceu o jogo, venceu o grupo D da qualificação africana e, pela primeira vez na história, estará presente num Mundial.