Nicolas Sarkozy será o primeiro antigo chefe de Estado de um país da UE a ser efetivamente detido.
Stephane Mahe/Reuters
O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy conheceu, esta segunda-feira, os detalhes da iminente detenção no âmbito do chamado “caso líbio”, após ter sido condenado a cinco anos de prisão por conspiração criminosa.
O Tribunal Penal de Paris considerou, a 25 de setembro, que Sarkozy permitiu que pessoas do seu círculo próximo solicitassem financiamento ao regime de Muammar Kadhafi para a campanha das eleições presidenciais francesas de 2007.
Embora tenha recorrido da sentença, Sarkozy será detido devido à ordem de prisão “com execução provisória” emitida contra si, decisão justificada pela “gravidade excecional dos atos” cometidos.
O antigo presidente tornar-se-á o primeiro antigo chefe de Estado de um país da UE a ser efetivamente detido.
De acordo com fontes judiciais, a prisão deverá ocorrer em breve, embora o prazo legal permita até quatro meses após a intimação.
Contudo, a BFM TV adianta que será detido no dia 21 de outubro e que ficará na prisão de La Santé, em Paris.
Por razões de segurança, Sarkozy poderá cumprir pena numa “ala vulnerável” ou em regime de isolamento, possivelmente nas prisões de La Santé, em Paris, ou Fleury-Mérogis, a sul da capital.
A defesa poderá apresentar um pedido de libertação ao Tribunal de Recurso após a entrada em prisão e o tribunal terá dois meses para decidir.
O jornal Le Figaro avançou que Sarkozy esteve reunido, na semana passada, com cerca de uma centena de antigos colaboradores, incluindo o atual secretário-geral do Palácio do Eliseu, Emmanuel Moulin, para uma “bebida de despedida”.