O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, dedica uma exposição retrospetiva à artista plástica portuguesa Emília Nadal, de 87 anos, que fará uma performance na inauguração, no sábado.
A exposição “tenta mostrar várias fases e metamorfoses” do percurso artístico de Emília Nadal, entre 1957 e 2015, abarcando sobretudo pintura, desenho e objetos, explicou hoje à agência Lusa a diretora do museu nacional, Sandra Leandro.
Esta retrospetiva foi comissariada por Sandra Leandro, em diálogo com a artista plástica que, na inauguração, “irá fazer a performance ‘Slogans Comestíveis’”.
De acordo com a diretora do museu nacional, a exposição está dividida em sete núcleos, nomeadamente “Auto-retratos” e “Slogan’s”, e as obras expostas provêm de diversas coleções particulares e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado.
Nascida em Lisboa em 1938, de ascendência catalã, Emília Nadal estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde se licenciou em pintura em 1960.
Tem formação em cerâmica e gravura e foi bolseira da Fundação Gulbenkian para investigação em artes visuais, sendo autora de diversos ensaios e artigos sobre educação estética e ensino artístico.
Emília Nadal integrou o conselho consultivo da Fundação Calouste Gulbenkian e presidiu à Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.
Entre as obras mais conhecidas da artista estão “Skop” (1979), que representa uma caixa de detergente na qual está escrito que é “para todos os programas de lavagem ao cérebro”, ou “A esposa ideal” (1976), título de uma embalagem com o rosto de uma mulher estampado e a frase “pronto a usar”.
A obra da artista visual, que tanto convoca o simbolismo religioso como o abstracionismo, arte figurativa e a pop art, encontra-se representada, por exemplo, nas coleções do Museu de Serralves, do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian e da Galeria de Arte Contemporânea do Funchal.
Em 1959 foram-lhe atribuídos os Prémios Anunciação e Lupi de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes e em 1977 o Prémio Internacional de Desenho Joan Miró.
Em 2012, Emília Nadal foi condecorada pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com o grau de Grande Oficial de Mérito Civil, e este ano foi distinguida com a medalha de mérito cultural pelo Governo português.
A retrospetiva “Emília Nadal: espaço, tempo e transcendência – Uma retrospetiva” ficará no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, até 11 de janeiro de 2026.