Centro de Treinos e Formação Desportiva Jorge Costa. O antigo Olival, local usado pelas equipas portistas desde 2002, é a partir desta terça-feira um ponto de homenagem ao antigo capitão. No dia em que o defesa completaria 54 anos, a direcção portista relembrou o legado do internacional português, mantendo-o vivo e presente para as gerações futuras que pisarem na infra-estrutura em que os “dragões” nutrem e potenciam o talento.
“A escolha desta data, 14 de Outubro, data do seu aniversário, não podia ser mais simbólica. É um tributo ao homem que se dedicou de corpo e alma ao nosso clube, um pequeno gesto que deveria ter sido feito em vida e nunca retribuirá o privilégio de o termos tido connosco”, começou por dizer André Villas-Boas, presidente do FC Porto, visivelmente emocionado.
À entrada do centro de treinos, está agora uma placa em fundo branco com a cara do dirigente e o novo nome do espaço dos “dragões”. A localização da homenagem não foi escolhida ao calhas: Villas-Boas explica que todos os que entram no Olival “bebem” agora da força do antigo capitão, que realizou quase 400 jogos oficiais e levantou os títulos mais importantes da história do clube, incluindo uma Taça UEFA, uma Champions League e uma Taça Intercontinental.
Villas-Boas ficou bastante emocionado ao recordar Jorge Costa ?? pic.twitter.com/VPitT6fu3l
— Cabine Desportiva (@CabineSport) October 14, 2025
Foi pela mão do presidente portista que Jorge Costa regressou ao clube, enquanto director para o futebol. Foi no Olival que o “bicho” iria sofrer uma paragem cardiorrespiratória fatal, no passado dia 5 de Agosto, aos 53 anos. A bandeira que esteve por cima do caixão de Jorge Costa está permanentemente exposta no Estádio do Dragão.
“O Jorge Costa significa muito para mim e lamento profundamente a sua perda. É um grande homem e um grande companheiro. Gostava de deixar um grande abraço. Morreu a 5 de Agosto, mas deixou-nos um legado impressionante. Era uma força da natureza, um homem especial. O [filho] David faz-me lembrar dele, o seu andar inconfundível e os caracóis. Era um homem que nunca me deixou só e esteve sempre ao meu lado”, disse Villas-Boas, entre lágrimas. “Era impossível pedir mais ao nosso ‘bicho’”, resumiu Villas-Boas.
Foi no antigo centro de treinos, local de trabalho para Jorge Costa quer como jogador quer como dirigente, que “o bicho” inspirou várias gerações. Mesmo depois da morte, continuará a fazê-lo, garantiu o presidente portista. O título nacional que os portistas tanto anseiam será para dedicar a Jorge Costa e à família, que esteve presente na cerimónia desta terça-feira.
“Ninguém ficava indiferente ao bicho nos corredores do Olival, ninguém ficava indiferente à sua grandeza. Foi, como poucos, um verdadeiro símbolo portista. Encarnava o ADN do FC Porto: a resiliência, o inconformismo, a lealdade e a força. Muitos vestiram esta camisola poucos a honraram como o ‘bicho’”.