Nicolas Sarkozy será detido na terça-feira da próxima semana, 21 de outubro, na prisão de La Santé, em Paris. O antigo Presidente francês foi condenado a cinco anos de prisão no chamado “caso líbio” e deverá permanecer numa ala de segurança reforçada.
Trata-se do primeiro ex-chefe de Estado de um país da União Europeia a cumprir uma pena de prisão efetiva. A informação foi divulgada esta segunda-feira pela imprensa francesa.
Segundo o jornal “Le Figaro”, Sarkozy foi convocado esta segunda-feira pelo Parquet National Financier (Procuradoria Nacional Financeira) para conhecer os detalhes da sua detenção. O ex-Presidente chegou ao tribunal pouco antes das 14h e saiu cerca de meia hora depois, sem prestar declarações.
A audiência teve caráter protocolar. De acordo com a agência de notícias AFP, serviu para avaliar o estado de saúde de Sarkozy, atualmente com 70 anos, e notificá-lo oficialmente sobre a data e o local da sua detenção.
Em 25 de setembro, o Tribunal Penal de Paris condenou-o por associação criminosa, considerando que membros do seu círculo próximo pediram financiamento ao regime de Muammar Kadhafi para a campanha presidencial de 2007. Apesar do recurso, a execução provisória da pena foi determinada, dada a “gravidade excecional dos atos”. Fontes judiciais indicam que cumprirá a pena numa ala de segurança reforçada, com medidas especiais adequadas à sua idade e estatuto.
Na semana passada, Sarkozy reuniu-se com cerca de uma centena de antigos colaboradores, incluindo Emmanuel Moulin, atual secretário-geral do Palácio do Eliseu, para uma “bebida de despedida”. Um adeus discreto, quase simbólico, antes de enfrentar a realidade da prisão.
A decisão divide a opinião pública francesa. Uma sondagem divulgada no final de setembro mostrava que 61% dos inquiridos consideravam justa a detenção de Sarkozy, enquanto 38% a consideravam injusta.