“Fico todo partido com coisas destas”, começou por escrever Pedro Chagas Freitas, referindo-se à notícia de uma criança de seis anos que festejou sozinha o aniversário após os 32 colegas terem faltado à celebração.

“A solidão de uma criança faz-me chorar em segundos: há um aperto que não consigo controlar. Imaginar uma criança sem amigos, perdida num recreio, perdida numa sala de aula, perdida numa casa onde não a amam, leva-me para o território do insuportável”, confidenciou o escritor.

“O maior direito da criança é ser amada. Profundamente amada. Esta história, que já tem alguns anos mas que me apareceu hoje à frente, fez-me olhar para isso, fez-me sentir isso. Senti o dever de escrever sobre isso. Pode ser que alguns dos que lerem este texto procurem olhar à volta, para quem amam, e oferecer um abraço, uma companhia, um ‘estou aqui’, um ‘não estás só’, um ‘és necessário’, um ‘precisamos muito de ti’, um ‘não és um falhado’, um ‘não tenhas problema em chorar’, um ‘podes estar triste mas não desistas’. Ofereçam isso. Estejam lá. Aguentem-se junto a quem amam, ajudem quem amam a aguentar-se. A vida às vezes é uma prova de resistência muito dura para ser suportada sozinha. Olhem-se uns aos outros: pode muito bem ser este o grande mantra da salvação. Pratiquem-no, por favor”, rematou Pedro Chagas Freitas que recebeu muitas mensagens de seguidores a relatar já terem passado por situações semelhantes.