Israel, que voltou a atacar a Faixa de Gaza com tanques e drones, apesar do acordo de cessar-fogo, vai reabrir a passagem de Rafah. A abertura permitirá a entrada e saída de pessoas do enclave palestiniano, anunciou a emissora pública israelita.
Já foi quebrado o cessar-fogo, em vigor desde sexta-feira, entre Israel e o Hamas. Segundo testemunhou a agência noticiosa espanhola EFE, vários tanques e drones israelitas atacaram, nesta quarta-feira, vários locais a norte da Faixa de Gaza e na cidade de Rafah, onde se encontra a passagem para o enclave que será reaberta.
Não há, de momento, registo de feridos ou vítimas mortais na sequência dos ataques. A mesma agência avança, contudo, que foram atingidas tendas de refugiados em Mawasi.
No mesmo dia, foi anunciada a reabertura da passagem de Rafah, entre o Egipto e a Faixa de Gaza, informou a emissora pública israelita KAN, sem citar fontes.
A emissora especifica que a reabertura de Rafah ocorre após a entrega pelo Hamas de mais quatro corpos de reféns na noite de terça-feira, no âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel, patrocinado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As autoridades israelitas adiantaram, contudo, que a abertura não acontecerá já esta quarta-feira, mas que, de facto, decorrerem preparações para abrir a passagem para entrada e saída de pessoas do enclave, acrescenta a Sky News.
A emissora israelita tinha avançado que a abertura da passagem iria incluir a permissão de entrada de ajuda humanitária, nomeadamente “os 600 camiões encaminhados pela ONU, organizações internacionais autorizadas, sector privado e países doadores”. De momento, não foi clarificado se a abertura incluirá a ajuda humanitária, mas os camiões já se reúnem junto da passagem.
Na terça-feira à noite, as autoridades de Israel adiantaram que a Cruz Vermelha já tinha na sua posse quatro caixões de reféns israelitas mortos em Gaza, após o Hamas ter indicado que iria entregar entre quatro e seis corpos.
As famílias dos reféns Uriel Baruch e Tamir Nimrodi anunciaram o regresso a Israel dos restos mortais destes dois reféns, raptados pelo movimento islamita palestiniano Hamas a 7 de Outubro de 2023.
Na terça-feira, uma fonte das forças de segurança do Egipto disse esperar a reabertura da passagem de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, “nas próximas horas”, após ter acordado com a Autoridade Nacional Palestiniana o envio de uma centena soldados, adiantou a agência de notícias Efe.
Ao abrigo do mesmo acordo, na segunda-feira, foram entregues pelo Hamas a Israel 20 reféns vivos. Em troca, Israel libertou 1968 prisioneiros palestinianos.
Depois dos ataques do Hamas, a 7 de Outubro de 2023, no quais morreram cerca de 1200 pessoas e 251 foram feitas reféns, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza que provocou mais de 67 mil mortos e forçou a deslocação de centenas de milhares de pessoas.