Mosquitos inoculados com a bactéria Wolbachia impedem o desenvolvimento do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela
Uma delegação de cerca de 40 funcionários da World Mosquito Program (WMP), uma organização sem fins lucrativos australiana, visitou a biofábrica de wolbitos no Distrito Federal nesta quarta-feira (15). O local é responsável pela criação e liberação controlada de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
A visita faz parte de uma agenda voltada à troca de experiências sobre o controle de arboviroses. A instituição que atua globalmente para reduzir a transmissão de doenças provocadas pelo mosquito, mantém equipes em países da Oceania, Ásia, Europa e Américas, com escritórios na Austrália, Vietnã, França e Panamá. Aqui no Brasil, o trabalho é conduzido com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Delegação internacional visitou os recintos da fábrica de mosquito Wolbito para conhecer a experiência do DF no combate às arbovirores. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF
Os visitantes conheceram as instalações da biofábrica e foram apresentados aos métodos de produção dos mosquitos. Além disso, também participaram de uma das ações de soltura dos mosquitos na região da Estrutural.
Durante a apresentação das atividades da biofábrica, o coordenador regional de operações da Wolbito no Brasil, Caio Rabelo, elogiou o trabalho desenvolvido pela equipe local. “Essa é uma das maiores fábricas de wolbitos do país. Temos muito orgulho da equipe e parabenizamos todos pelo esforço”, elogiou.
Reconhecimento
O subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal, Fabiano dos Anjos Martins, destaca a relevância da operação no combate às arboviroses na capital. “A visita da delegação reforça o reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido aqui no DF. A biofábrica tem contribuído de forma significativa para o controle de arboviroses, com tecnologia de ponta e uma equipe altamente qualificadda”, enfatizou.
No DF, os mosquitos estão sendo lançados em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã, além dos municípios de Luziânia e Valparaíso, em Goiás.
Visitantes conheceram as instalações da biofábrica e foram apresentados aos métodos de produção dos mosquitos. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF
O que é o wolbito
O wolbito é o mosquito Aedes aegypti inoculado com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika e chikungunya. Uma vez com a bactéria, os insetos não transmitem mais essas doenças.
Ao serem soltos nos ambientes, os wolbitos se reproduzem com os mosquitos selvagens, transmitindo a bactéria para as próximas gerações. Com o decorrer do tempo, não será mais necessário realizar a soltura de mais mosquitos, porque a nova população de mosquitos amigos será predominante.
Dicas para população
Apesar de ser uma forte ferramenta aliada ao combate às arboviroses, os outros métodos de proteção devem permanecer, como evitar água acumulada parada, uso de repelentes, entre outros.
Não há diferença visual entre o mosquito com ou sem Wolbachia. Mesmo inoculado com a bactéria, o mosquito continua com o mesmo tamanho, mesmo padrão de listras, pica da mesma forma e não há nenhuma mudança perceptível visivelmente. Por isso, métodos individuais de controle do mosquito, como aerossóis ou raquetes elétricas para matar o inseto, permanecem sendo ferramentas de proteção.
Mosquitos inoculados com a bactéria Wolbachia impedem o desenvolvimento do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF