Documentos recentemente divulgados pelos administradores da herança de Michael Jackson revelam que sua filha, Paris Jackson, recebeu cerca de US$ 65 milhões (R$ 357 milhões) em benefícios desde o falecimento do cantor.
A informação vem à tona em meio a uma disputa judicial na qual Paris questiona a legalidade de pagamentos adicionais no valor de US$ 625 mil (aproximadamente R$ 3 milhões) realizados em 2018 para escritórios de advocacia. A jovem alega que essas quantias foram atribuídas sem a devida documentação e sem uma autorização explícita do tribunal, considerando-os como “bonificações excessivas”.
Em defesa, os executores da herança argumentam que os pagamentos em questão são relacionados a serviços jurídicos excepcionais que foram cruciais para a valorização do patrimônio, destacando transações significativas, como a venda de uma participação no catálogo da EMI. Eles sustentam que as bonificações foram adequadamente justificadas pelo retorno financeiro obtido.
Na ocasião do falecimento de Michael Jackson em 2009, a herança enfrentava dívidas superiores a US$ 500 milhões (mais de R$ 2 bilhões). Desde então, segundo os executores, houve uma reviravolta significativa, transformando a herança deficitária em um legado lucrativo, com receitas provenientes de direitos autorais, licenças e acordos musicais.
Controvérsias e Controle
Paris Jackson, atualmente com 27 anos, protocolou uma petição para contestar os chamados “pagamentos premium” feitos em 2018. Ela argumenta que esses valores foram concedidos sem registro detalhado das horas trabalhadas e sem aprovação prévia do tribunal. A artista busca revogar uma decisão proferida em 2010 que permitia aos executores autorizar honorários sem supervisão rigorosa.
Os administradores da herança respondem afirmando que tais pagamentos estão em conformidade com práticas previamente aprovadas em decisões judiciais anteriores e refletem o desempenho financeiro positivo do patrimônio. Eles ressaltam que a herança obteve ganhos substanciais ao longo de 2018 e que os bônus representam uma pequena fração dos resultados alcançados.
A disputa judicial ilustra um conflito mais amplo relacionado à transparência, autoridade e responsabilidade: Paris acusa os executores de operarem com pouca supervisão e exigirem confiança irrestrita tanto da família quanto do tribunal. Para ela, é fundamental examinar minuciosamente cada pagamento e exigir registros claros e justificativas adequadas.
Segundo o ‘Terra’, uma audiência está agendada para esta quinta-feira, 16, quando as partes envolvidas deverão apresentar documentos adicionais, contestações e defesas para que o tribunal avalie a legalidade dos pagamentos e a distribuição dos recursos da herança.