O Parlamento grego aprovou, nesta quinta-feira, um projecto de lei do Governo que permite alargar o horário de trabalho no sector privado, apesar dos protestos de trabalhadores que afirmam que a reforma enfraquece os seus direitos num contexto de subida do custo de vida e baixos salários.
A proposta, que o Governo conservador apresenta como uma forma de tornar o mercado de trabalho mais flexível e eficiente, permite aos empregadores pedir até 13 horas de trabalho por dia aos seus funcionários, em comparação com as actuais oito horas.
O prolongamento do horário só pode ser aplicado durante um máximo de 37 dias por ano, e a lei protege os trabalhadores de despedimento caso recusem fazer horas extraordinárias.
Os partidos da oposição consideram, no entanto, que estas reformas estão ultrapassadas e contrastam fortemente com as expectativas dos gregos depois de uma crise da dívida devastadora entre 2009 e 2018 e de uma tendência europeia no sentido da redução do horário de trabalho.
Os sindicatos, que organizaram duas greves nacionais este mês, afirmam que a medida retira poder de negociação aos trabalhadores num país onde o trabalho não declarado continua a ser frequente e os salários médios permanecem baixos em comparação com outros países da UE, apesar do crescimento económico, dos aumentos salariais e da descida do desemprego após a crise.
A proposta, que também dá aos empregadores maior flexibilidade nas contratações de curta duração e permite aos funcionários trabalhar quatro dias por semana durante todo o ano mediante acordo prévio, foi aprovada pela maioria dos deputados que apoiam o Governo no Parlamento, composto por 300 lugares.