O Strava anunciou que planeia estrear-se na bolsa, numa altura em que os utilizadores, especialmente da Geração Z (1996-2010, segundo a McKinsey & Company), estão muito empenhados em superar-se a si e aos amigos.

Logótipo da app Strava desenhado num mapa

O conceito do Strava é simples, mas tem crescido nos últimos tempos, à medida que o bem-estar físico vai ganhando mais relevo. Trata-se de uma aplicação de monitorização da atividade física e, com selo de unicórnio, está avaliada em 2,2 mil milhões de dólares.

O Strava permite monitorizar sessões de atividade física, registando os tempos, percursos, intensidades, entre outros parâmetros, nomeadamente para corrida, ciclismo, passeio e caminhada.

Funcionando como uma rede social do bem-estar, a app permite acompanhar não apenas o progresso próprio, mas o da comunidade, estimulando a evolução.

Entretanto, à medida que o foco no bem-estar e o interesse pela atividade física se reforçam, o Strava está a planear a sua oferta pública inicial (em inglês, IPO), segundo o diretor-executivo da empresa.

Ao Financial Times, Michael Martin, que assumiu o cargo em 2024, substituindo o cofundador, Michael Horvath, disse que a empresa tem a “intenção de abrir o capital em algum momento” e observou que uma IPO “facilita o acesso a capital, caso queiramos fazer aquisições maiores e mais numerosas”.

Apesar de ter lançado a informação, o diretor-executivo não forneceu detalhes, nomeadamente em relação a datas.

Pessoa a correr durante o pôr do sol; apenas os pés visíveis

Strava cresce à medida que aumenta o foco no bem-estar

Conforme mencionado pela Fortune, o Strava está a beneficiar da mudança para estilos de vida mais saudáveis desde a pandemia, especialmente protagonizada pela Geração Z (1996-2010, segundo a McKinsey & Company).

A corrida, em particular, tornou-se “a mais recente obsessão” desta geração, com muitos a verem a atividade como uma forma de se conectar com outras pessoas e, ao mesmo tempo, manter a forma física.

Segundo o relatório Year in Sport Trend Report do Strava, a participação em clubes de corrida em todo o mundo aumentou 59%, em 2024.

Além disso, entre os 5000 utilizadores e não utilizadores da app Strava inquiridos para o relatório, um em cada cinco entrevistados da Geração Z saiu com alguém que conheceu num clube de corrida e era quatro vezes mais propenso a querer conhecer pessoas enquanto se exercitava do que num bar.

Pessoa com pulseira de fitness

Relativamente a dados da própria app, o Strava afirma ter mais de 150 milhões de utilizadores, contra mais de 120 milhões, em 2023. Os downloads da aplicação de janeiro a setembro aumentaram, também, 80%, em comparação com o ano passado, segundo a Sensor Tower.

Apesar deste cenário benéfico ao seu crescimento, não é claro quando o Strava poderá estrear-se na bolsa. Contudo, a empresa já terá abordado bancos como o Goldman Sachs e o JPMorgan para participarem de uma possível IPO, conforme avançado pela Reuters, em setembro.

Antes disso, no início deste ano, a empresa adquiriu a app Runna, que funciona como um treinador pessoal de corrida, criado para oferecer planos de treinos personalizados, e a The Breakaway, dedicada ao treino para ciclistas.

De facto, quando combinadas com a oferta da app Strava, estas apps de treino estruturado e personalizado para objetivos específicos poderão potencializar o seu crescimento.