A Renault acredita ter encontrado a chave para tornar os veículos elétricos mais acessíveis, apostando em baterias LFP que prometem reduzir os custos de produção em 40%. O resultado? Novos elétricos desejáveis, poderão ter um preço abaixo dos 20 mil euros e sem origem chinesa.
A aposta nas baterias LFP
Segundo informações, a Renault, à semelhança de outras marcas, está a adotar baterias de fosfato de ferro e lítio (LFP), uma tecnologia mais barata, segura e menos dependente da extração de minerais raros do que as tradicionais baterias de iões de lítio.
Trata-se de uma grande mudança face ao passado recente. Por serem menos densas em energia e mais pesadas do que as baterias de iões de lítio NMC (níquel-manganês-cobalto), os fabricantes europeus olhavam com desdém para as LFP.
No entanto, marcas chinesas como BYD, MG e Leapmotor a inundar a Europa com veículos elétricos acessíveis equipados com estas baterias, o estigma começa a desaparecer rapidamente.
Rumo à democratização dos elétricos
A estabilidade, durabilidade e vantagens de custo das LFP tornaram-se demasiado atrativas para serem ignoradas, especialmente com as flutuações nos preços globais do lítio e do níquel, que dificultam previsões de negócio a longo prazo.
A decisão da Renault de apostar nesta tecnologia não se prende tanto com alcançar a tecnologia chinesa, mas sim a sua economia, reconhecendo que o verdadeiro obstáculo à adoção em massa é o preço.
Esta foi também a lógica por trás do relançamento do Renault R5 E-TECH e do anúncio de um novo Twingo elétrico.
A mesma filosofia guiou a criação da Ampere, a divisão de software e desenvolvimento de veículos elétricos lançada em 2023.
Nessa altura, a Renault definiu dois grandes objetivos: melhorar os seus veículos definidos por software e reduzir os custos de fabrico dos elétricos em 40%, precisamente o que a adoção das baterias LFP poderá permitir.
Criar um novo modelo de empresa especializada em veículos elétricos e software que entra em funcionamento hoje: haverá melhor forma de ilustrar a nossa revolução e a ousadia das nossas equipas?
Questionou Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, no lançamento da Ampere.
E respondeu:
Instilar uma visão corporativa sustentável e garantir que se reflete em cada processo e produto. Apoiar-nos nas forças do Grupo e rever a forma como fazemos tudo.
Formar uma equipa coesa e trabalhar para o coletivo. Valorizar as nossas raízes francesas e tornar-nos líderes na Europa. Afirmar o nosso compromisso com os clientes, o planeta e quem nele vive.
A Renault está prestes a lançar uma versão totalmente nova e totalmente elétrica do seu icónico minicarro Twingo da década de 1990 nos próximos meses.
O carro é direcionado diretamente para o BYD Dolphin Surf e espera-se que tenha um preço inicial a rondar os 17.000 euros.

