A Câmara Municipal de Lisboa assumiu a responsabilidade pelo erro de impressão de alguns boletins de voto na freguesia de São Domingos de Benfica que apareciam sem o quadrado referente ao partido Chega, avançou a CNN Portugal.
A autarquia enviou um comunicado à estação televisiva a esclarecer a falha que afetou 61 eleitores que exerceram o direito de forma antecipada. O problema, segundo a nota oficial, foi detetado nas primeiras horas da manhã de 6 de outubro e tratado de “imediato”, tendo sido substituídos “os boletins referentes a essa assembleia de freguesia” — a única das três folhas onde foi identificada a anomalia.
Terá sido, de acordo com a CNN, o próprio serviço de imprensa municipal da autarquia a imprimir os boletins defeituosos. Na terça-feira, a Comissão Nacional de Eleições afirmou ao Observador que a 6 de outubro foi dada indicação para remeter os envelopes com os votos para a Assembleia de apuramento geral, para serem verificados.
Essa assembleia, realizada na terça-feira, ocorre normalmente depois de cada eleição para avaliar (e apresentar eventuais protestos) a forma como decorreu a votação. Nessa ocasião, a CDU defendeu que fossem contabilizados os tais votos “que não chegaram a ser contados” e que poderiam alterar os resultados finais.
Tal reflexo nos resultados finais pode acontecer porque a já referida decisão da CNE de remeter a contagem para a assembleia de terça-feira englobava os três votos: Assembleia Municipal, Assembleia de Freguesia e Câmara Municipal. Se nas duas primeiras não há questão — a CDU teve mais 194 votos que o Chega na Assembleia de Freguesia; o partido de André Ventura teve mais 793 que o de Paulo Raimundo para a Assembleia Municipal —, o mesmo não se pode dizer sobre a eleição de vereadores.
Na votação para a autarquia, o Chega ficou 11 votos à frente da CDU e, pelo método de Hondt, conseguiu eleger dois mandatos e os comunistas apenas um. Assim, estes votos podem alterar a contagem de vereadores. A candidatura encabeçada por João Ferreira já fez saber que exige a recontagem dos votos. Bruno Mascarenhas, do Chega, acusou o adversário de “tentar vencer na secretaria” e “alterar (…) o voto popular”.
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