O aumento dos preços em Portugal voltou a acelerar, pelo quarto mês consecutivo, e a taxa de inflação deverá ter aumentado para 2,6% em Julho. Os produtos alimentares terão sido os que mais contribuíram para esta evolução, enquanto os produtos energéticos continuaram a registar uma queda nos preços.

Os dados, divulgados nesta quinta-feira e ainda preliminares, são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que estima que o índice de preços no consumidor terá registado uma taxa de variação de 2,62% em Julho, valor que fica 0,25 pontos percentuais acima da variação que havia sido registada em Junho. Este é o quarto mês consecutivo em que se regista uma aceleração da inflação.

A explicar esta evolução, detalha o INE, estará, sobretudo, o encarecimento dos produtos alimentares, já que os preços dos produtos energéticos voltaram a cair, tal como já tinha acontecido no mês anterior. Em Julho, a taxa de inflação dos produtos energéticos foi negativa em 1,1%.

Por seu lado, o índice referente aos produtos alimentares não transformados voltou a acelerar, com a taxa de variação anual a aumentar de 4,7% em Junho para 6,2% em Julho. No caso dos produtos alimentares transformados, o aumento dos preços até registou um abrandamento, com a taxa de inflação anual a diminuir de 1,34% para 1,25% entre um mês e outro.

Apesar da aceleração em termos anuais, a taxa de inflação regista uma ligeira quebra em termos mensais, com uma variação negativa em 0,4% em relação a Junho deste ano. Já a variação média do índice de preços no consumidor no conjunto dos últimos doze meses terá sido de 2,32%, valor muito próximo daquele que se verificava em Junho, estima o INE.

O indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos mais susceptíveis a grandes variações de preços (produtos alimentares não transformados e energéticos), também terá aumentado, ainda que de forma ligeira, de 2,4% em Junho para 2,44% em Julho. Este é um indicador relevante para as decisões de política monetária, tido em conta para a análise da evolução da inflação em sectores mais estáveis.