“Não quero que o RN assuma o poder. Não confio nessas pessoas para governar a França. Farei tudo para que isso não aconteça”, afirmou Philippe Aghion. “A LFI é a mesma coisa, coloco-as no mesmo plano”, acrescentou, criticando os programas de ambos os partidos.
Questionado sobre as declarações de Édouard Philippe, antigo primeiro-ministro francês e candidato às presidenciais, que tem apelado à demissão de Emmanuel Macron, a quem garantiu “não dever nada”, Philippe Aghion considerou “inaceitável”. “Ele foi o
primeiro-ministro do presidente. Ele deve muito ao presidente da
República”.
Pese embora a crise política que o país atravessa, o Prémio Nobel da Economia considera que “o presidente deve cumprir o seu mandato até ao fim”. Apesar de se ter distanciado de Emmanuel Macron nos últimos anos, o economista contribuiu para a elaboração do programa do chefe de Estado em 2017.
“Necessária uma grande reforma das pensões”
O economista francês considerou necessária a suspensão da reforma das pensões decidida por Sébastien Lécornu para evitar a censura dos socialistas ao seu segundo Governo. “Se não parássemos os relógios, haveria novamente censura e entraríamos no desconhecido”, disse.
“Vou propor ao Parlamento, neste outono, que suspendamos a reforma das pensões de 2023 até às eleições presidenciais. A idade de reforma não será aumentada de agora até janeiro de 2028”, anunciou Sébastien Lecornu no discurso de política geral perante os deputados da Assembleia Nacional.
Uma decisão que custará “400 milhões de euros em 2026 e 1,8 mil milhões em 2027” e que, segundo ele, “terá de ser compensada por poupanças”.
Apesar da suspensão temporária desta lei controversa do segundo mandato do presidente Macron, aprovada sem votação no parlamento para aumentar a idade legal da reforma de 62 para os 64 anos, Phillipe Aghion defende que “será necessária uma grande reforma das pensões” em França. Segundo o economista, os franceses têm “de trabalhar mais”, tendo em conta o baixo nível de emprego dos jovens e dos idosos no país.
“Imposto Zucman ataca o instrumento de trabalho”
Questionado sobre o imposto Zucman, que prevê tributar em dois por cento os patrimónios superiores a 100 milhões de euros, o economista reafirmou a sua oposição e alertou para o risco de prejudicar a competitvidade do país: “Por que critico o imposto Zucman? Porque ataca o instrumento de
trabalho”, defendeu.