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À margem da última gala da FPF, o presidente do FC Porto, André Villas-Boas, afirmou que o Benfica tinha vários jogadores com salários superiores a oito milhões de euros por ano. Rui Costa reagiu de imediato, classificando as declarações como falsas, e voltou agora a esclarecer o tema:

“Quem me dera ter jogadores a ganhar esse valor por ano. Era bom sinal”, afirmou o presidente encarnado.

Rui Costa garantiu que a realidade financeira do clube está longe desses números.

“Temos um teto salarial de quatro milhões brutos e, com prémios, pode subir no máximo mais 500 mil euros. E isso já é muito bom para nós. Só conseguimos chegar a esse patamar porque reduzimos o número de jogadores emprestados, aos quais continuávamos a pagar salário, libertando margem para o plantel principal.”

O dirigente sublinha que a limitação salarial é um reflexo da realidade do futebol português, que continua a perder talento para mercados mais competitivos:

“Se alguém disser que não vai vender este jogador, que vai amarrar aquele, está a mentir. Sei que os benfiquistas não gostam de ouvir isto, mas em todos os mercados é natural que existam saídas.”

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Rui Costa aponta dois motivos principais para essas vendas.

“Primeiro, há negócios impossíveis de rejeitar para um clube do campeonato português. Tivemos agora o exemplo do Carreras, com o Real Madrid a pagar o valor da cláusula [50 milhões de euros]. Além disso, há o lado do próprio jogador.”

O presidente das águias reconhece a dificuldade de competir com a força financeira dos grandes clubes europeus: “É muito difícil convencer um jogador a ficar quando aparece um colosso financeiro a oferecer o dobro ou o triplo, por maior que seja a vontade do clube em mantê-lo.”

Ainda assim, Rui Costa prefere olhar para o lado positivo da evolução do mercado. “É de elogiar que o Benfica e outros clubes, como o FC Porto, já consigam investir valores elevados em transferências para garantir um jogador. Esse é um sinal de crescimento. Onde não podemos mesmo competir é nos salários. O Benfica é um colosso europeu, mas não está no top 5 da Europa e não consegue acompanhar essas ofertas.”

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