A revisão da estratégia da Ferrari implica menos elétricos e mais motores de combustão, assim como duas dezenas de novidades até 2030.

A Ferrari pode ter apresentado recentemente as especificações do seu primeiro elétrico de sempre, mas os seus olhos continuam postos nos motores de combustão.

Vimos isso na redefinação da estratégia da marca, que reduziu para metade — de 40% para 20% — a quota esperada da venda de elétricos para 2030, ao mesmo tempo que duplicou a prevista para os modelos com motores de combustão (de 20% para 40%). Os restantes 40% são para modelos híbridos.

Isto significa que a aposta na evolução dos motores de combustão é para continuar e reforçar: “Vamos continuar a desenvolver motores V6, V8 e V12 com o objetivo de melhorar continuamente o seu desempenho e eficiência, e, ao mesmo tempo, cumprir as novas regulamentações mundiais”, afirmou Ernesto Lasalandra, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ferrari.

Ferrari F80© Ferrari O V6 biturbo do Ferrari F80 atinge 300 cv por litro, mas a marca acredita que com novas tecnologias e materiais este valor possa ser superado.

Uma notícia que deverá ser particularmente bem-vinda para os fãs dos Ferrari a combustão.

Desistência dos elétricos?

Apesar desta novidade, a Ferrari não desiste da ideia de fazer um automóvel elétrico “divertido e emocionante”, mas ainda vai demorar algum tempo para saber se o novo Elettrica cumprirá essas expectativas.

A pressão regulatória para ter elétricos é real: a União Europeia mantém a meta de reduzir em 100% as emissões de CO2 para automóveis novos em 2035, o que implica o fim dos motores de combustão interna.

Há, no entanto, uma excepção prevista, que permitirá continuar a vender carros com motor de combustão caso usem exclusivamente combustíveis neutros em carbono, como os combustíveis sintéticos.

Um cenário que a Ferrari também já está a contemplar: “Vamos garantir que os nossos motores funcionam com combustíveis alternativos, estando preparados caso esta tecnologia se torne comum a nível mundial”, acrescentou Lasalandra.

20 novidades em cinco anos

Sabendo deste compromisso renovado com os motores de combustão, permite antecipar que a larga maioria dos 20 novos modelos anunciados até 2030 — ao ritmo de quatro por ano, será um dos períodos mais movimentados da marca — irão ser maioritariamente a octanas.

O primeiro a chegar, no entanto, será o 100% elétrico Elettrica, com apresentação oficial prevista para a próxima primavera.

Entre os rumores surge uma surge uma versão atualizada do 296 e uma variante híbrida plug-in do Purosangue. “É melhor ter mais modelos com volume limitado do que poucos modelos de alto volume”, comentou Benedetto Vigna, diretor-executivo da Ferrari.

Recorde que em 2024 a marca italiana bateu o seu recorde de vendas com 13 752 unidades comercializadas mundialmente.

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Quantos cavalos estão previstos para o primeiro elétrico da Ferrari?