A Suzuki cumpriu com o prometido e, pese embora alguns motociclistas mais céticos, apresentou mesmo uma nova GSX-R1000R! A superdesportiva da marca de Hamamatsu estava ausente dos concessionários europeus desde a introdução das mais recentes normas de homologação Euro5, deixando um claro vazio no coração de muitos milhares de motociclistas que se habituaram a ter na carinhosamente apelidada ‘Gixxer’ uma das motos mais entusiasmantes do seu segmento.
Foi então apresentada esta quinta-feira 31 de julho a nova geração da GSX-R1000R, que, como seria expectável, recebem um enorme conjunto de alterações de forma a cumprir com as normas de homologação.
Mas não foi só no interior do motor quatro cilindros em linha que foram realizadas profundas alterações! Na verdade, praticamente todos os elementos desta superdesportiva foram completamente modificados ou alterados em parte. Isto para fazer com que o conceito “Design to Perform, Built to Thrill” (Desenhada para Cumprir, Construída para Entusiasmar) seja alcançado na perfeição.
A nova Suzuki GSX-R1000R celebra da melhor forma os 40 anos da saga GSX-R, sendo também praticamente um modelo de celebração da variante 1000 cc, apresentada pela primeira vez ao Mundo em 2001, e que por isso está nas nossas estradas praticamente há 25 anos.
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Uma moto que conquistou nada menos do que 15 títulos mundiais de Resistência, concebida para atingir a máxima performance nos mais diversos campeonatos e sob o comando de pilotos profissionais ou amadores, a nova GSX-R1000R foi concebida para oferecer uma experiência de condução mais entusiasmante, dando ao seu condutor um maior controlo sobre a sua performance e características.
No centro de todo o conjunto está o já bem conhecido motor quatro cilindros em linha de 999,8 cc.
Se os fãs aguardavam por uma versão mais potente desta unidade motriz, a Suzuki acaba por desiludir um pouco. Isto porque a potência anunciada de 195 cv nesta geração Euro5+ é ligeiramente inferior aos 200 cv anunciados na geração anterior, o mesmo acontecendo com o binário que agora passa a ser de 110 Nm contra os anteriores 117 Nm.
Muitos dos componentes internos de tetracilíndrico DOHC foram renovados, de forma a maximizar a eficiência de combustão, mas também garantir uma maior fiabilidade ao longo do tempo.
De volta temos o sistema Suzuki Racing Variable Valve Timing (SR-VVT). Este mecanismo totalmente mecânico permite à marca japonesa alterar a abertura das válvulas de admissão, dependendo das rotações. Cremalheiras com recortes em ângulo onde se movem pequenos rolamentos fazem com que a abertura das válvulas de admissão seja atrasada, o que maximiza a entrega de potência nos regimes mais elevados sem que isso penalize o comportamento a rotações baixas.
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O SR-VVT é compacto e aplicado a componentes já existentes no motor Suzuki, o que faz com que este sistema da GSX-R1000R seja simples, fiável e não adiciona muito peso ao conjunto. A cremalheira do SR-VVT foi redesenhada de forma a adaptar-se à nova corrente de cames, mais larga.
As árvores de cames da GSX-R1000R usam tecnologia derivada da Fórmula 1. São fabricadas com paredes mais finas, são ocas, operando sobre balancins ao estilo F1. A leveza destes componentes permitiu à Suzuki aumentar a abertura das válvulas e atingir rotações mais elevadas, sendo que os balancins contam com tratamento DLC para menor fricção e maior durabilidade.
A própria forma dos balancins nas duas cames foi redefinida de forma a adaptar-se ao novo perfil das cames, parametrizado para reduzir a sobreposição da abertura das válvulas para cumprir com as normas Euro5+. Para além disto, as válvulas de escape crescem dos 24 mm para os 25 mm de diâmetro, contribuindo para maior eficiência na combustão.
Continuando pelas novidades no motor, a Suzuki utiliza agora novos injetores de 8 orifícios posicionados no corpo de injeção. Anteriormente eram de 10 orifícios. Na caixa de ar continuam a ser usados os anteriores injetores de 10 orifícios. A bomba de combustível garante agora maior pressão, os corpos de injeção passam a ser de 48 mm contra os anteriores 46 mm, e as trompetas de admissão de comprimento fixo foram redesenhadas para otimizar a passagem de ar.
Os pistões, fabricados em alumínio forjado, apresentam novo desenho da coroa de forma a aumentar a taxa de compressão para os 13.8:1 e combinar com as novas válvulas de maior diâmetro, e a construção dos mesmos foi redefinida de forma a permitir reduzir o peso em 3 gramas, mas também melhorar a resistência.
Temos ainda de referir o redesenhado sistema de refrigeração, com a Suzuki a redefinir por completo as passagens internas do líquido de refrigeração, bem como a utilização de um novo radiador, de forma curva, mais compacto, que recorre a duas ventoinhas para maximizar a refrigeração da nova GSX-R1000R.
E para terminar com as novidades do ponto de vista do motor, a nova GSX-R1000R dá uso a um completamente redesenhado sistema de escape.
Adotando uma configuração 4-2-1, este sistema de escape fabricado em titânio conta com coletores de maior diâmetro, um novo catalisador de forma elíptica que está agora mais próximo do motor de forma a aquecer mais rapidamente, duas sondas O2 posicionadas antes e depois do catalisador, e tudo isto a terminar numa ponteira de escape em titânio com acabamento específico e logótipo da GSX-R.
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A nova ponteira é significativamente mais compacta do que aquela que foi usada na geração anterior, passando para uns mais aceitáveis 5,5 litros de volume contra os 8,3 litros de volume da ponteira anterior. Desta forma a Suzuki consegue não só manter a sonoridade viciante do seu motor quatro em linha, mas confere ao conjunto uma imagem mais desportiva e ‘leve’.
Continuando pela descoberta da nova Suzuki GSX-R1000R, podemos referir o uso do típico quadro dupla trave fabricado em alumínio, com parametrização de geometria e rigidez para conferir maior confiança para explorar a ‘Gixxer’ em pista, combinado com um subquadro aparafusado que adota uma configuração de tubos de secção quadrada, e mais abaixo encontramos um braço oscilante com reforços superiores, dos dois lados, de forma a garantir uma maior capacidade de tração à saída das curvas mais lentas.
Para esta nova geração a Suzuki dá uso a novas jantes de 6 braços que estão cobertas pelos pneus Bridgestone Battlax RS11, enquanto do ponto de vista aerodinâmico a marca japonesa disponibiliza, como opcional, um par de asas fabricadas em fibra de carbono. Estas asas são iguais em termos de design às utilizadas pela equipa Suzuki CN Challenge que compete nas 8 Horas de Suzuka.
As asas da GSX-R1000R são fabricadas com recurso a carbono seco, produzido exclusivamente no Japão. Após diversos testes aerodinâmicos, a Suzuki refere que conseguiu configurar as asas de forma a produzirem a quantidade de força descendente ideal para ajudar a manter a estabilidade a alta velocidade, mas sem que isso torne a direção demasiado pesada, pois iria afetar a agilidade e capacidade de inclinar rapidamente de um lado para o outro nas zonas de curvas rápidas.
Por falar em controlo da direção, a nova GSX-R1000R dá uso a um amortecedor de direção eletrónico que ajusta o amortecimento de acordo com a velocidade, bem como pinças Brembo de quatro pistões que mordem discos também da Brembo, sendo que no eixo dianteiro são de 320 mm.
Entramos depois no capítulo da eletrónica. E como não poderia deixar de ser, a Suzuki coloca à disposição do motociclista comum todo o seu arsenal tecnológico derivado do mundo da competição.
A nova GSX-R1000R recorre ao já conhecido Suzuki Intelligent Ride System (S.I.R.S.). Um pacote eletrónico complexo e completo, que permite ajustar o comportamento desta superdesportiva quer aos gostos do condutor, quer às necessidades de condução em momentos muito específicos, seja na estrada ou em pista.
Veja aqui os detalhes do SIRS da nova Suzuki GSX-R1000R
1 – Suzuki Drive Mode Selector (SDMS)
O condutor poderá optar por um dos três modos de condução disponíveis, que ajustam a entrega de potência de forma a otimizar a tração em diferentes condições de aderência. Os parâmetros eletrónicos de cada modo foram redefinidos. Temos o modo A mais desportivo, o modo B que atinge a mesma potência máxima, mas de forma mais suave, e ainda o modo C que dá prioridade ao conforto com uma entrega de binário e potência bastante mais suavizadas.
2 – Suzuki Traction Control (Smart TLR)
Concebido para garantir a estabilidade ideal mesmo numa condução mais extrema, este sistema inclui diversas funções: controlo de tração, o Lift Limiter (limitador de elevar da roda dianteira) ou ainda o Roll Torque Control. O sistema tem 10 níveis de intervenção à escolha, sendo que cada um ajusta os parâmetros destas três funções referidas. Destaque para o Roll Torque Control que define qual o nível de potência ideal para disponibilizar quando a moto está inclinada numa curva.
3 – Launch Control (LC)
Como o nome indica, a Suzuki pretende que o piloto da GSX-R1000R consiga arranques perfeitos em pista. Agora apenas é preciso ativar o sistema de controlo de arranque através de um botão específico no punho direito, e a partir daí o sistema fará a gestão do acelerador de forma a manter as rotações no ponto ideal de forma a otimizar a aceleração. O sistema faz ainda a gestão do levantar da roda dianteira. Assim que a 3ª relação de caixa for engrenada ou o piloto deixa de acelerar, o controlo de arranque desliga-se automaticamente.
4 – Suzuki Ride-by-Wire
Graças ao sistema de acelerador eletrónico de parametrização idealizada para garantir um “feeling” mais natural e que se adapta aos diferentes modos SDMS, acima referidos, a Suzuki pode usar também na GSX-R1000R um sistema de quickshift bidirecional. Neste caso a marca japonesa parametrizou o quickshift de forma a garantir que o condutor desta superdesportiva consegue trocar de caixa de forma suave, precisa e com total controlo.
5 – Quickhift bidirecional
Como se sabe, os modernos sistemas de quickshift bidirecionais funcionam para subir e descer de caixa sem recorrer manualmente à embraiagem. No caso da GSX-R1000R isso não muda, sendo que a Suzuki anuncia que as trocas de caixa são realizadas em 50 a 70 milissegundos! Nas reduções de caixa o quickshift está parametrizado de forma a que as válvulas de acelerador fiquem ligeiramente abertas para suavizar a engrenagem das relações mais baixas.
6 – Motion Track Brake System
Basicamente, esta é a versão da Suzuki de um sistema de travagem com ABS sensível ao ângulo de inclinação em curva. Isto significa que o ABS não só irá ativar quando a moto segue uma trajetória em linha reta e totalmente direita, como irá depois ajustar o ABS de forma a disponibilizar uma pressão diferenciada no hidráulico da travagem de acordo com o ângulo em curva.
7 – Slope Dependent Control System
Neste caso a Suzuki pretende que o condutor, ou piloto, da GSX-R1000R usufrua de total confiança para travar forte mesmo quando a moto segue numa estrada ou zona da pista a descer. O Slope Dependent Control System irá monitorizar a posição da moto de acordo com a inclinação descendente, e através da IMU de 6 eixos e cálculos complexos vai impedir que a roda traseira se eleve do asfalto, resultando em maior estabilidade.
8 – Suzuki Easy Start System
Não é novidade, mas é sempre uma característica bem-vinda. Para facilitar colocar o motor quatro em linha a trabalhar, a Suzuki inclui este sistema que requer que o condutor pressione por breves instantes a ignição, que o motor de arranque irá continuar a trabalhar automaticamente até os quatro cilindros estarem a funcionar.
9 – Low RPM Assist
Tal como o Easy Start System, também este sistema não será novidade para aqueles que seguem de perto as motos da Suzuki. Quando arrancar aos comandos da GSX-R1000R, o sistema automaticamente aumenta, ligeiramente, as rotações, de forma a evitar que o motor se ‘cale’ por descuido do condutor, facilitando assim o momento de arrancar.
Por último, temos de destacar o design.
A Suzuki optou por criar três variantes de cor: Pearl Vigor Blue / Pearl Tech White, Candy Daring Red / Pearl Tech White a fazer relembrar a decoração Lucky Strike da RGV500 e ainda Pearl Ignite Yellow / Metallic Mat Stellar Blue que nos recorda a decoração Alstare do Mundial Superbike.
Todas elas vão contar com grafismos específicos, nomeadamente os logótipos GSX-R ou dos 40 Anos da GSX-R, bem como um emblema no depósito de combustível e forro do assento do condutor com o logótipo GSX-R.
Quanto a preço e disponibilidade, a Suzuki Portugal ainda não confirmou qual será o PVP da nova GSX-R1000R, nem quando é esta nova geração da sua superdesportiva chegará aos concessionários nacionais.
Galeria de fotos Suzuki GSX-R1000R
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