As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que o refém entregue pelo Hamas é Eliyahu Margalit, de 75 anos, que foi morto no ataque de 7 de outubro de 2023.
De acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o exército “informou a família do refém Eliyahu Margalit que (o seu corpo) foi repatriado para Israel e que a sua identificação foi concluída”.
Israel “não fará concessões” e “não poupará esforços até ao regresso de todos os reféns mortos, até ao último”, acrescentou o comunicado.
O corpo de Eliyahu Margalit foi devolvido pelo Hamas à Cruz Vermelha Internacional na noite de sexta-feira. A Cruz Vermelha entregou-o às forças israelitas dentro da Faixa de Gaza antes de o transferir para o Instituto Nacional de Medicina Legal em Telavive para identificação.
O exército israelita afirmou que os restos mortais foram devolvidos à família.
“Questão dos corpos é complexa e exige tempo”
Israel continua a exigir a entrega dos restos mortais dos restantes 18 reféns. O movimento palestiniano afirmou na sexta-feira que “respeita o seu compromisso com o acordo de cessar-fogo” e garantiu que “continuará a trabalhar para concluir o processo de troca” de corpos de reféns por corpos palestinianos, reiterando que há restos mortais que estão sob os escombros.
No entanto, o porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, sublinhou que “a questão dos corpos é complexa e exige tempo”, tendo alguns corpos sido “enterrados em túneis” destruídos pelo exército israelita, “enquanto outros permanecem sob os escombros de edifícios bombardeados”. Para Israel, o atraso na entrega dos restos mortais é uma violação do cessar-fogo.
De acordo com os termos do acordo de cessar-fogo de Gaza, assinado pelo presidente norte-americano, que entrou em vigor a 10 de outubro, o Hamas deveria libertar todos os reféns, vivos e mortos, que ainda mantinham até às 9h00 (GMT) de segunda-feira, 13 de outubro.
O movimento islâmico-palestiniano libertou os últimos 20 reféns vivos a tempo, mas, desde segunda-feira, só devolveu dez dos 28 corpos que mantinha em seu poder.
Uma equipa de 81 membros da Afad, a agência turca de gestão de catástrofes, aguarda autorização para entrar no enclave na fronteira de Rafah para ajudar na busca de corpos.
“Estão prontos para conduzir operações de busca e salvamento nas ruínas”, disse uma autoridade turca na sexta-feira, especificando que esta missão incluía a busca de corpos de vítimas “israelitas e palestinianas”.
O acesso a Gaza, totalmente controlado por Israel, continua a ser altamente restrito, apesar das tréguas. O acordo de cessar-fogo prevê a reabertura da passagem de Rafah, entre o Egito e o território palestiniano, mas essa passagem continua encerrada.
Israel anunciou que deverá reabrir a fronteira de Rafah este domingo, sem confirmar se a abertura da passagem será para pessoas ou ajuda humanitária.
c/agências