“Como prometido, as negociações com o lado paquistanês terão lugar hoje em Doha”, disse o porta-voz afegão Zabihullah Mujahid em comunicado este sábado, acrescentando que a equipa de Cabul é liderada pelo ministro da Defesa, Mulá Muhammad Yaqoob.

Uma delegação paquistanesa já se encontrava na capital do Catar na sexta-feira para as negociações e seria acompanhada por mais funcionários de alto nível, disseram três responsáveis governamentais e de segurança à Reuters.

Segundo a televisão estatal paquistanesa PTV, “o ministro da Defesa, Khawaja Asif, e o chefe dos Serviços de Informações, tenente-general Asim Malik, viajarão hoje para Doha para conversar com os talibãs afegãos”.

O Paquistão e o Afeganistão prolongaram na sexta-feira a trégua de 48 horas para facilitar as negociações de Doha, enquanto os dois países procuram resolver os confrontos que mataram dezenas e feriram centenas na última semana, na pior onda de violência entre as duas nações do sul da Ásia desde que os talibãs tomaram o poder em Cabul, em 2021. Apesar do cessar-fogo, na sexta-feira, fontes de segurança de Islamabade disseram que o Paquistão efetuou “ataques aéreos de precisão” contra um grupo descrito como terrorista.

Os combates terrestres entre os antigos aliados e os ataques aéreos paquistaneses na sua disputada fronteira de 2.600 quilómetros foram desencadeados depois de Islamabade ter exigido a Cabul que controlasse os militantes que tinham intensificado os ataques no Paquistão, alegando que operavam a partir de refúgios no Afeganistão.

“O regime afegão deve controlar os representantes que têm santuários no Afeganistão e estão a utilizar o solo afegão para perpetrar ataques hediondos dentro do Paquistão”, disse o chefe do Exército paquistanês, Marechal de Campo Asim Munir, este sábado, discursando numa cerimónia de graduação de cadetes.

c/agências