“Vacinas salvam vidas, e é por isso que estamos aqui”. A gerente de contas Jade Regina Vieira Veiga, de 34 anos, levou, na manhã deste sábado (18/10), os dois filhos, Bernardo Gabriel, de 6 anos, e Heloísa Vitória, de 4 anos, ao Parque Municipal de Belo Horizonte para conferir as cadernetas de vacinação. A família foi uma das que participaram do Dia D da Vacinação, realizado hoje em todo o país, em iniciativa dos governos federal, estaduais e municipais.
Conferidas as cadernetas, Bernardo e Heloísa saíram do parque sem levar picada: estava tudo em dia. A mãe elogiou o Dia D da Vacinação. “Está muito interessante, tanto para adultos como para crianças. Muito lúdico. E isso é bom, porque todos viram multiplicadores da importância da vacinação”, disse Jade. Além da conferência de cadernetas, crianças e adultos com a imunização em atraso puderam atualizar a vacinação.
Foi o que aconteceu com João Gabriel, de 15 anos, filho da fisioterapeuta Maria Esther Junqueira de Malafaia, de 49 anos. O adolescente tomou as vacinas contra HPV, tétano e gripe. O outro filho de Esther, Bernardo, de 8 anos, estava com toda a vacinação atualizada. “Sou uma defensora, como todo mundo deveria ser, da vacinação. Tem muito estudo envolvido. E sou também defensora do SUS (Sistema Único de Saúde). A gente se sente privilegiada”, afirmou.
A vacinação no Brasil já viveu tempos melhores. Ataques a imunizantes com o uso de fake news nas redes sociais, a partir da pandemia, afetaram a cobertura vacinal, que sempre foi superior a 90% no país. O combate a esse tipo de desinformação segue como prioridade para as autoridades. “(Com a pandemia) vieram muitas fake news, muitas mentiras sobre vacina causar algum tipo de efeito colateral, dar trombose, entre outras coisas. Mas não adianta ficar reclamando. Temos é que fazer ações assertivas”, declarou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, que acompanhou o Dia D no Parque Municipal.
O secretário afirma que o cenário vem melhorando. “Tirando a varicela (catapora), que, por conta da falta do insumo da vacina por parte do fabricante internacional, a cobertura da maioria dos imunizantes já ultrapassa 90% no estado”, disse Baccheretti. Em relação à varicela, a cobertura hoje no estado é de 50%. Conforme Baccheretti, a expectativa do Ministério da Saúde, responsável pela importação da vacina, é de uma solução para o problema em 2026.
Em Belo Horizonte, conforme informações da prefeitura, parte das vacinas está com cobertura superior a 85%, meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas há imunizantes com aplicação abaixo do que estabelece a entidade como nível seguro para a saúde da população. Entre as que têm cobertura alta estão a tríplice viral (99,3%) e a BCG (96,8%). Por outro lado, as com menor aplicação são rotavírus (83,4%) e varicela (71%). A que destoa de todos os indicadores, no entanto, é a da Covid-19 (5,8%). Os dados são relativos a janeiro a julho de 2025.
A subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, Thaysa Drummond, também cita as fake news como um problema para o aumento da vacinação no país. “É uma batalha contínua e a gente não pode parar. Infelizmente, vivemos alguns momentos de desinformação, de muita mentira envolvendo as vacinas”, declarou a especialista, que também participou do Dia D no Parque Municipal. “Hoje é um dia especial, em que unidades de saúde estão abrindo, mas o principal é fazer as pessoas entenderem que temos o maior programa de imunização do mundo, gratuito, para crianças, adolescentes e adultos. As pessoas precisam procurar os nossos serviços de saúde e colocar o cartão em dia”, frisou Thaysa. Além do Parque Municipal, as vacinas poderão ser aplicadas em todos os centros de saúde da cidade, que permanecerão abertos das 8h às 17h.