O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comutou a pena de George Santos, ex-congressista republicano que cumpria sete anos de prisão por fraude e roubo de identidade. Trump reconhece que George Santos é um “trapaceiro”, mas argumentou que a sua pena era demasiado severa.

George Santos foi condenado por se apropriar de fundos de campanha para financiar um estilo de vida luxuoso, incluindo com gastos em tratamentos de botox e em subscrições no site Onlyfans, uma plataforma de conteúdos sexuais. Foi também provado que o ex-congressista forjou o seu currículo, fabricando grande parte da sua história pessoal, académica e profissional: apresentou habilitações literárias que não tinha e inventou ter trabalhado na Goldman Sachs e no Citigroup.

Trump justificou a decisão de libertar George Santos ao apontar baterias a um senador democrata, Richard Blumenthal, que o Presidente acusa de ter inventado o seu historial militar nos EUA. Em 2010, o visado admitiu ter-se referido incorrectamente ao seu serviço nas Forças Armadas durante a Guerra do Vietname. “Isso é muito pior do que o que George Santos fez, e pelo menos Santos teve a Coragem, a Convicção e a Inteligência de VOTAR SEMPRE REPUBLICANO!”, escreveu Trump.

Numa publicação feita nas redes sociais, Trump afirmou que Santos “foi horrivelmente maltratado”, acrescentando: “Por isso, acabei de ordenar uma comutação [de sentença], libertando George Santos da prisão, IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, e que tenhas uma óptima vida!”

O antigo deputado foi apenas o sexto na história dos EUA a ser expulso do Congresso, após uma investigação interna ter concluído, em 2023, que Santos tinha cometido fraude e mentido sobre o seu passado. Vários colegas de bancada republicanos votaram favoravelmente a expulsão de George Santos na altura.

As falsificações no currículo de George Santos foram descobertas numa investigação lançada pelo The New York Times em 2022. O antigo congressista apresentava-se aos eleitores como um empresário de sucesso que já teria passado por algumas das maiores empresas financeiras do mundo. Na realidade, Santos, filho de pais brasileiros, fabricou grande parte da sua história de vida.

O perdão concedido a Santos é mais um acto de clemência de Trump para com antigos políticos republicanos. Em Maio, o Presidente norte-americano perdoou o ex-congressista Michael Grimm, que se declarou culpado em 2014 por crimes fiscais. Também John Rowland, ex-governador do Connecticut condenado em 2004 por crimes de corrupção e fraude fiscal, foi perdoado.

Ao mesmo tempo, Trump tem pressionado publicamente o poder judicial a investigar adversários políticos e pessoais, como o antigo director do FBI, James Comey, o ex-conselheiro presidencial John Bolton, ou a actual procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James.