Os casos de roubo e vandalismo em postos de carregamento de veículos elétricos têm vindo a aumentar de forma preocupante em todo o país. Mas afinal o que roubam os ladrões?

Roubos em carregadores de elétricos disparam em Portugal

Os ladrões querem o cobre existente no interior dos cabos

Cabos cortados, carregadores danificados e estações fora de serviço tornaram-se uma realidade cada vez mais comum, especialmente nas grandes áreas urbanas.

Segundo a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), o número de ocorrências registadas duplicou no último ano, afetando sobretudo os pontos de carregamento públicos. A Grande Lisboa, em particular a margem sul do Tejo, é atualmente a zona mais afetada, mas os incidentes começam também a ser relatados em outras regiões do país.

Roubos em carregadores de elétricos disparam em Portugal

As motivações destes crimes variam. Na maioria dos casos, os ladrões visam o cobre existente no interior dos cabos, que possui valor de revenda nos mercados de sucata. No entanto, as autoridades admitem que há também episódios de vandalismo ideológico, motivados por rejeição à mobilidade elétrica ou simples destruição gratuita.

Os operadores de rede, como a EDP e outras empresas do setor, confirmam que os danos têm gerado custos elevados de reparação e substituição, além de impactar diretamente os utilizadores, que encontram muitos postos inoperacionais. “Cada cabo furtado representa não só um prejuízo económico, mas também uma quebra na confiança dos condutores que dependem desta infraestrutura”, refere um responsável do setor.

A nível internacional, o fenómeno é semelhante. Na Alemanha, por exemplo, a empresa EnBW registou mais de 900 roubos de cabos em 130 estações apenas este ano. Em muitos países europeus, as estatísticas apontam para um aumento superior a 100% dos casos de furto em comparação com 2023.

Roubos em carregadores de elétricos disparam em Portugal

Para combater esta tendência, os operadores têm investido em novas medidas de segurança, como cabos reforçados com materiais resistentes ao corte, sistemas de alarme e videovigilância, bem como melhor iluminação e localização dos postos. Alguns projetos-piloto testam até cabos com marcações forenses, invisíveis a olho nu, mas rastreáveis pelas autoridades.

Apesar das iniciativas, o problema continua a crescer. A UVE alerta que a falta de vigilância noturna e a revenda fácil do cobre são fatores que dificultam o combate eficaz a este tipo de crime.