Agora é oficial: Michael Leiters foi anunciado como novo diretor-executivo da Porsche, substituindo Oliver Blume no início do próximo ano.
Não foi preciso esperar muito para a Porsche confirmar Michael Leiters como o seu novo diretor-executivo. A confirmação chegou ontem, ao final do dia, através de um comunicado oficial.
Leiters vai tomar o lugar de Oliver Blume, que acumulava as funções de diretor-executivo da Porsche com as diretor-executivo do Grupo Volkswagen.
Já há muito que se ouviam vozes críticas a Blume por manter os dois cargos, limitando a sua dedicação à marca de Estugarda, que passa por um dos seus períodos mais difíceis dos últimos tempos.
Recorde que, após vários anos consecutivos de recordes de vendas e lucros, a situação da Porsche hoje não podia ser mais diferente. Vendas globais a cair (especialmente na China), margens esmagadas, tarifas que já custam centenas de milhões e uma aposta na eletrificação total (de quase toda a gama) que não trouxe o retorno esperado.
Para fazer face a esta crise e tempos de incerteza, a Porsche apresentou um novo plano onde a eletrificação perde protagonismo e o motor de combustão reganha-o. Mas os custos vão aumentar por obrigar a novos desenvolvimentos que não estavam previstos.
Estas são as águas turbulentas que Michael Leiters vai ter de navegar quando assumir a liderança da Porsche a partir de 1 de janeiro de 2026.

Bom filho a casa torna
Leiters apresenta-se como um executivo com experiência para a missão que lhe é incutida: fazer regressar a Porsche à rentabilidade perdida. O alemão não é estranho à Porsche. Fez carreira em Estugarda durante 13 anos, tendo assumido a responsabilidade por projetos como o primeiro Macan e o Cayenne.
Depois saiu diretamente para Maranello, Itália, onde esteve mais de oito anos na Ferrari, assumindo o cargo de diretor técnico entre 2014 e 2019. Foi sob a sua direção que foram desenvolvidos os híbridos SF90 e 296.
Em julho de 2022 iniciou um novo capítulo na sua carreira, desta vez em Woking, no Reino Unido, tendo liderado a McLaren até abril de 2025, quando foi anunciada a fusão do construtor britânico com a start-up Forseven. À frente da McLaren, supervisionou o lançamento do híbrido Artura, do 750S e do W1.
Quanto a Oliver Blume, mantém o seu cargo como diretor-executivo do Grupo Volkswagen.