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Os verdadeiros “Vingadores” não estavam a lutar para livrar a Terra de ameaças assustadoras. Estavam apenas a vingar-se contra anos de perseguição. Os verdadeiros “Avengers” eram sionistas sem nada a perder.
Eram “o tipo de pessoas que inspiraram Joseph Goebbels a escrever no seu diário: ‘Vê-se o que os judeus são capazes de fazer quando estão armados”, conta Cohen, o neto de uma das guerrilheiras judaicas do grupo Nakam, à Publishers Weekly.
Em 1946, com o fim a Segunda Guerra Mundial, um grupo de judeus ainda não estava satisfeito com o desfecho do conflito. Muitos soldados nazis estavam presos, mas outros tinham passado incólumes e escondiam-se entre a população.
Foi assim que nasceu o grupo Nakam, ou “Vingadores”, ou “Avengers”, para um paralelismo com os heróis da Marvel.
“Quando chegávamos à casa do nosso suspeito punha‑mos capacetes da Polícia Militar britânica com a faixa branca e braçadeiras de polícia. Depois entrávamos na casa e levávamos o suspeito connosco, dizendo que o queríamos para interrogatório. Geralmente vinham sem resistência”, explicou Israel Carmi, um dos membros do grupo, ao Express. Era a chamada Operação Julgamento.
“Uma vez no carro dizíamos quem éramos e porque o tínhamos levado. Alguns confessavam. Outros permaneciam em silêncio. Fazíamos o serviço“.
O serviço era, geralmente, o envenenamento. Consta-se que mais de 300 alemães terão morrido nas mãos deste ou outros grupos de vingança judaica.
Os membros do Nakam foram também, mais tarde, grandes defensores do Estado de Israel. Chegaram mesmo a viajar para a Palestina para acompanhar de perto as negociações para a construção do estado judeu.
E os planos de Abba Kovner, um grande sionista e entusiasta da vingança contra os alemães, chegou mesmo a sugerir uma vingança em larga escala. Segundo o Express, o seu plano (que só não avançou porque Chaim Weizamnn, o primeiro presidente de Israel, teve medo que esse plano comprometesse a criação de um estado judeu) passava por infiltrar vingadores em estações de tratamento de água.
De acordo com o seu plano, 6 milhões de alemães morreriam envenenados, como vingança pelas mortes judaicas da Segunda Guerra Mundial.
Carolina Bastos Pereira, ZAP //