“Agentes terroristas na Faixa de Gaza lançaram um ataque contra forças israelitas em Rafah, no sul de Gaza, levando as IDF a lançar ataques aéreos na área”, reporta o Times of Israel.


O exército israelita acusou o Hamas de ter realizado “múltiplos ataques” contra as forças israelitas para lá da zona de segurança da “linha amarela”, considerando-os uma “violação flagrante” do cessar-fogo.

Após estes relatos, o alto funcionário do Hamas, Izzat al-Risheq, emitiu um comunicado a afirmar que o Hamas continua empenhado no cessar-fogo e insiste que “é a ocupação que continua a violar o cessar-fogo e a apresentar desculpas para os seus crimes”.

“A tentativa de Netanyahu de se esquivar aos seus compromissos está a acontecer sob pressão da sua coligação terrorista, enquanto procura escapar à responsabilidade dos mediadores”, acusa.


Os ataques ocorreram depois de o Departamento de Estado dos Estados Unidos ter citado, no sábado, “relatórios confiáveis” que indicavam que o grupo militar palestiniano estaria a preparar-se para violar o acordo de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza. O Hamas rejeitou tais afirmações e acusou Washington de estar a “alinhar-se com a propaganda israelita”. 

O Departamento de Estado afirmou que o ataque planeado contra civis palestinianos seria uma “violação direta e grave do acordo de cessar-fogo” e avisou que caso o Hamas prosseguisse com esse ataque, seriam “tomadas medidas para proteger o povo de Gaza e preservar a integridade do cessar-fogo”.

Este domingo, o grupo palestiniano rejeitou a existência de qualquer plano de ataque iminente ou de uma violação do cessar-fogo e pediu ao Governo norte-americano para que “pare de repetir a propaganda enganosa” de Israel.



“Os factos no terreno revelam exatamente o oposto, já que as autoridades de ocupação são as que formaram, armaram e financiaram gangues criminosos que realizaram assassinatos, sequestros, roubos de camiões de ajuda humanitária e agressões contra civis palestinianos”, argumentou o Hamas.

O Governo israelita e o Hamas têm trocado acusações sobre as violações do cessar-fogo mediado pelos EUA. No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que a passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito, permanecerá encerrada até novo aviso.

A reabertura desta passagem estava prevista para este domingo, mas Telavive adiou e fez depender a reabertura da entrega dos corpos dos restantes reféns.

Mais dois corpos entregues pelo Hamas

Este domingo, o Hamas entregou mais dois corpos de reféns israelitas mortos na Faixa de Gaza e um deles já foi identificado pelas autoridades israelitas.

Trata-se de Ronen Engel, de 54 anos, que vivia no Kibbutz Nir Oz, no sul de Gaza. Engel tinha sido raptado no ataque de 7 de outubro de 2023 com a mulher e dois filhos. A família tinha sido libertada no primeiro acordo de troca de reféns.

O seu corpo foi transportado para a Faixa de Gaza e a sua morte foi anunciada por Israel a 1 de dezembro de 2023.

O Exército israelita adiantou ter “informado a família do refém Ronen Engel” sobre o regresso dos seus restos mortais a Israel, declaração confirmada num comunicado do gabinete de Netanyahu.

Para além do de Engel, um segundo corpo foi entregue pela Cruz Vermelha Internacional às forças de segurança israelitas em Gaza no sábado à noite, antes de serem transferidos para um centro forense para identificação. As autoridades israelitas ainda não anunciaram a identidade do outro cadáver.

Segundo os termos do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 10 de outubro, após dois anos de guerra que devastaram a Faixa de Gaza, o Hamas estava obrigado a libertar todos os reféns, vivos e mortos, que ainda mantinha em seu poder até 13 de outubro.

O movimento islamita palestiniano libertou os últimos 20 reféns vivos a tempo, mas ainda só devolveu 12 dos 28 corpos que mantinha em seu poder, alegando que não tem acesso aos outros ou é demasiado complicado para os recursos que tem disponíveis.


c/agências