Em Portugal, um em cada dez bebés nasce prematuro. Os avanços tecnológicos aliados ao conhecimento científico têm permitido a sobrevivência de recém-nascidos de idades gestacionais cada vez mais baixas. É ainda um desafio garantir uma nutrição equivalente à que recebiam no ambiente intrauterino e, por isso, o leite materno tem um papel primordial nesta adaptação.

O Banco do Bebé reúne voluntárias que fazem doações de leite materno para os bebés que nascem prematuros. A instituição apoia, desde 2013, o Banco de Leite Humano, criado pela Maternidade Alfredo da Costa.

As dadoras passam por uma triagem médica e têm que responder a uma série de requisitos: não podem fumar, nem tomar medicação regular e têm que estar a amamentar em exclusivo o filho, nascido há menos de quatro meses.

Pela Maternidade Alfredo da Costa passam cerca de 600 litros de leite materno por ano, que alimenta, pelo menos, 150 bebés. No entanto, há quem venda este leite na internet, de forma ilegal. No OLX, foram surgindo vários anúncios nos últimos meses. Num dos casos, o o vendedor pedia 15 euros por uma embalagem de 150 mililitros de leite congelado.

Com a pressão para amamentarem, algumas mães acabam por recorrer a estas plataformas quando não conseguem. Há também fisiculturistas que usam o leite materno. É um negócio de milhares de euros, criminoso e pouco seguro, que acarreta riscos de transmissão de doenças.

O Banco de Leite Humano da MAC abrange a zona de Lisboa e já conseguiu alargar a capacidade de resposta até Setúbal. No Porto, há outro banco de leite no hospital de São João. Ficam, no entanto, a faltar soluções para o resto do país. A vontade dos profissionais é alargar a rede, mas até agora não foi possível.