Nos Estados Unidos, os organizadores da manifestação que arrancou sob o lema “Não há reis na América” deixavam a promessa de um dos maiores protestos na história do país.
Os manifestantes acusam o presidente norte-americano de autoritarismo e põem em causa as operações contra imigrantes, as promessas de uso do poder federal para influenciar as eleições intercalares e os novos limites à liberdade de imprensa.
A onda de contestação surge, também, numa altura em que tropas federais foram destacadas para cidades presididas por democratas e em pleno ‘shutdown’ do governo norte-americano.
Em Lisboa, a concentração aconteceu junto à estátua equestre de D. José I, onde mais de uma centena de participantes empunhavam cartazes e gritavam em coro: “No kings, no crowns” (Nem reis, nem coroas, numa tradução livre).
Uma das cidadãs presentes na manifestação exibe um cartaz rodeado de cinco cravos vermelhos, onde se lê “America needs what Portugal knows – Fight for true liberation” (A América precisa o que Portugal sabe – Lutar pela verdadeira libertação).
“Stand up, fight back when fascists attack” (Levanta-te, luta quando os fascistas atacam) é outro dos gritos ouvidos pelos populares, ao mesmo tempo que alguns oradores pediam voluntários para discursar.
“Estamos aqui para nos solidarizarmos com os cidadãos norte-americanos que discordam da política de Trump, apesar de haver quem nos considere terroristas”, disse uma das oradoras.
“Bring back democracy (Tragam de volta a democracia) e “No Trump/No KKK [Klu Klux Klan]/No fascists in USA” são outras palavras de ordem dos participantes no protesto, organizado pelo Americans in Portugal United in Protest – AMPT.
“Fight ignorants Not immigrants” (Combate os ignorantes, não os imigrantes), declarava-se num cartaz.
Richard Emerson, um septuagenário residente em Lisboa há 30 anos, assumiu-se como independente, nas disse à Lusa ter aderido ao protesto por o país onde nasceu “não poder continuar entregue a um fascista”.
“A democracia na América corre um risco muito sério e só é possível derrotar as políticas do `rei` Trump com um movimento de contestação em massa a nível nacional e internacional”.
É a “única forma”, tal como aconteceu quando se pôs fim à guerra no Vietname”, citou a título de exemplo.
Nos Estados Unidos foram milhares de locais que acolheram os protestos daqueles que se opõem às políticas de Donald Trump.Espanha juntou centenas contra Trump
Também em Espanha, centenas de norte-americanos juntaram-se este sábado em várias cidades para dizer “não” ao presidente dos Estados Unidos, que acusaram de ser “um tirano” que não respeita a Constituição, numa mobilização foi convocada pela organização oficial do Partido Democrata no estrangeiro, Democrats Abroad.
A agência de notícias espanhola EFE e outros media de Espanha apontam 300 manifestantes em Madrid, 200 em Málaga (onde foi feita a primeira convocatória do protesto), 200 em Barcelona e uma centena em Sevilha.
Em vários discursos, cartazes, faixas e panfletos, os participantes apelaram ao voto, também a partir do estrangeiro, nas eleições de 4 de novembro em vários Estados norte-americanos para preservar a democracia norte-americana.
Como aconteceu nos Estados Unidos ou em Portugal, também em Espanha foram contestadas as políticas de Trump em questões como a imigração, os direitos das pessoas LGTBI, especialmente as transexuais, ou o serviço de saúde.
Os protestos fizeram-se ouvir ainda noutras capitais europeias.
c/ Lusa