Sabiam que a Game Freak, a já sobejamente conhecida produtora por trás da franquia Pokémon, não só insiste em desenvolver novos jogos fora do seu universo dos nossos bichos de bolso favoritos, como até tem uma divisão dedicada a criar jogos originais, que são surpreendentemente variados e que chegam a ser lançados em consolas que não são da Nintendo?

Agora que Pokémon Legends Z-A já chegou à Nintendo Switch e Nintendo Switch 2, é bom relembrar que esta necessidade de “respirar” criativamente e de evitar a estagnação levou o estúdio a fundar uma operação com o nome “Gear Project” ou “Development Department One” (Departamento de Desenvolvimento número Um), um plano que incentiva os seus designers a apresentar e desenvolver as suas próprias ideias originais entre os grandes lançamentos de Pokémon. O objetivo é manter os talentos do estúdio afiados e capazes de criar algo diferente e inovador, evitando que fiquem presos à fórmula de sempre.

Este esforço deu origem a pérolas mais obscuras como Mendel Palace (1989) nos tempos sua criação. Coisas como Pocket Card Jockey (2013) (que nós aqui no PróximoNível adorámos) onde gerem cavalos de corrida. Tembo the Badass Elephant (2015), um jogo de plataformas e ação frenético sobre um elefante super-soldado, completo com bandana vermelha e badass suficiente para ser lançado na PlayStation 4 e Xbox One – plataformas onde a Game Freak não costuma operar. Outros títulos notáveis incluem HarmoKnight (2012 – Análise), um jogo de ritmo e plataformas para a Nintendo 3DS, e Giga Wrecker (2017), um metroidvania de puzzle baseado em física, lançado para PC e consolas.

A mais recente e mais ambiciosa prova desta sua liberdade criativa é Beast of Reincarnation, um RPG de ação que chocou os jogadores no seu anúncio devido ao seu tom muito mais sombrio e maduro. e ao visual bastante avançado para uma companhia que apresenta jogos de Pokémon com visual bastante datado. Agendado para 2026 para consolas de última geração (PS5, Xbox Series X/S e PC), este jogo coloca-nos num Japão pós-apocalíptico e foca-se em combates “técnicos e exigentes”, claramente inspirados em jogos soulslike.

Estes jogos, que muitas vezes apresentam uma direção de arte e mecânicas drasticamente diferentes do que estamos habituados em Pokémon, são a prova de que a Game Freak valoriza a liberdade criativa e a experimentação. Servem como uma válvula de escape essencial para o estúdio, garantindo que a sua equipa continua a criar conceitos do zero e a crescer como designers, o que é crucial para manter a vitalidade de uma empresa que tem a responsabilidade de gerir uma das maiores franquias do mundo.

Daniel Silvestre

Fã de jogos, filmes, anime e coisas do género. Jogo desde que me lembro e adoro RPG. Tenho uma grande colecção deles que tenciono acabar. Talvez um dia no lar da 3ª idade.

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