Quando deu início à sua carreira solo no fim de 1979, Ozzy Osbourne tocava com uma banda composta por Randy Rhoads (guitarra), Bob Daisley (baixo) e Lee Kerslake (bateria) — apelidada num primeiro momento, assim como o disco de estreia, de Blizzard of Ozz. De todos os integrantes, o único que permanece vivo é o baixista, atualmente com 75 anos.
Entre idas e vindas, Bob trabalhou com o Príncipe das Trevas até o disco “No More Tears” (1991). Desde então, travou uma série de batalhas judiciais por conta de descumprimentos de contratos e alegações de quebras de acordos. Todavia, diante da morte do Madman no último dia 22 de julho, o músico deixou os conflitos de lado para refletir a respeito do legado criado com o vocalista.
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À Guitar Player, Daisley revelou que a partida de Ozzy causou uma mistura de sentimentos. Principalmente, fez com que enxergasse a importância da colaboração com o saudoso cantor:
“[Quando soube da morte de Ozzy], me senti tomado por uma tristeza profunda, nostalgia, boas lembranças e vários sentimentos sobre o que criamos juntos, o que aquilo significou e o quão grandioso foi. Na época, era como estar no olho de um furacão, você não percebe realmente a importância de tudo aquilo enquanto está acontecendo.”
O baixista também mencionou o fato de, agora, ser o único membro restante da primeira formação — já que Randy nos deixou em 1982 após um acidente aéreo e Lee faleceu em 2020 em decorrência de um câncer. Para ele, estar na posição de “último sobrevivente” é “estranho e esquisito”, ao mesmo tempo em que prefere focar nos “bons sentimentos”:
“E então, mais tarde, tudo termina e as pessoas começam a morrer. Primeiro o Randy se foi, depois o Lee se foi e agora o Ozzy também e eu sou o último sobrevivente. É uma sensação muito, muito estranha e esquisita. Mas me sinto honrado e grato por ter feito parte de tudo aquilo. Sei que foi importante e essencial. Houve momentos turbulentos no meio do caminho, mas isso fica apagado diante do que fizemos e da importância do que construímos juntos. Agora, são os bons sentimentos que prevalecem.”
Homenagem a Ozzy Osbourne nas redes
Apesar de não ter sido mencionado na indução de Ozzy como artista solo no Rock and Roll Hall of Fame no ano passado, nem ter feito parte da despedida Back to the Beginning, Bob garante que “nada pode apagar” a verdadeira amizade que ambos tiveram. Por meio das redes sociais, o baixista escreveu sobre a morte do antigo parceiro:
“Este é um dia triste e que me levou às lágrimas. Quando relembro os momentos que vivi com Ozzy, penso na diversão, nas risadas e, claro, no que criamos juntos musicalmente, algo que viverá por muito mais tempo do que os corpos mortais que habitamos. Minhas condolências a todos que você deixou para trás, Ozzy. Nada pode apagar a verdadeira amizade que um dia tivemos. Te vejo do outro lado.”
Sobre Bob Daisley
Nascido em Sydney, Austrália, Robert John Daisley começou a se destacar na cena tocando com nomes como Chicken Shack, Mungo Jerry e Widowmaker (não a banda de Dee Snider pós-Twisted Sister), com quem lançou dois álbuns.
Seu primeiro trabalho de maior reconhecimento internacional foi com o Rainbow. Gravou o baixo em três faixas do álbum “Long Live Rock ‘N’ Roll” (1978), fez a turnê e se retirou.
O momento de maior exposição viria na parceria com Ozzy Osbourne. Entre idas, vindas, brigas, processos e acusações, participou de quase todos os discos de maior sucesso da carreira do Madman, tendo atuação destacada como compositor.Nos anos 1980, ainda gravaria e/ou excursionaria com Uriah Heep e Yngwie Malmsteen, entre outros. Desde os 1990s mantém uma carreira low profile como músico de palco, participando de discos de vários artistas. Em 2013 lançou a biografia “For Facts Sake”.
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