Dezenas de sites, aplicações e plataformas estiveram cerca de quatro em baixo durante a manhã desta segunda-feira, 20 de Outubro, por causa de problemas técnicos na cloud Amazon Web Services, a divisão de armazenamento em nuvem da gigante da tecnologia que sustenta milhões de páginas de grandes empresas.
O apagão começou a ser relatado pelas 8h e os problemas estiveram estar concentrado nos Estados Unidos, principalmente no estado da Virgínia, onde a Amazon tem um dos maiores e mais antigos centros de dados, mas também houve falhas e dificuldades em aceder a sites no Reino Unido, França e Alemanha.
A lista de sites, aplicações e plataformas digitais que foram afectadas é longa, de acordo com o Down Detector, e incluiu serviços, redes sociais e plataformas de jogos online: Snapchat, Zoom, Roblox, Clash Royale, My Fitness Pal, Life360, Clash of Clans, Fortnite, Canva, Wordle, Duolingo, Slack, PokemonGo, Epic Games, PlayStation Network, Peloton, Amazon, Venmo, McDonald’s, Coinbase, Ring, Tidal, Microsoft365, Strava, entre outros.
A Amazon disse, pouco depois de detectados as primeiras falhas, que já tinha identificado a raiz do problema e que estava a trabalhar para o resolver. Numa segunda nota, emitida pelas 11h, a Amazon afirmou que já notava “sinais significativos de recuperação” e que a maioria dos serviços já estava a funcionar novamente. Pelas 12h, emitiu um novo comunicado a dar conta de que “o problema subjacente foi totalmente mitigado”.
“Aplicamos medidas de mitigação iniciais e estamos a observar os primeiros sinais de recuperação para alguns serviços da AWS afectados. Durante este período, as solicitações podem continuar a falhar enquanto trabalhamos numa resolução completa. Recomendamos que os clientes tentem novamente as solicitações com falhas”, referiu a gigante tecnológica.
Várias plataformas de bancos foram afectadas pelo apagão, como o Halifax, Lloyds e o Bank of Scotland. Um porta-voz da HMRC, a autoridade fiscal do Reino Unido, também confirmou que os serviços online estiveram em baixo por causa, e o mesmo aconteceu com as empresas de telecomunicações Vodafone e BT.
O Down Detector recebeu mais de quatro milhões de relatos de problemas em todo o mundo só entre as 8h e as 10h (normalmente recebe cerca de 1,8 milhões num dia inteiro) em mais de 500 empresas. Destes quatro milhões, cerca de 400 mil problemas foram registados no Reino Unido.
A agência de notícias AFP avançou que existiram relatos de erros na Amazon Prime, na assistente virtual Alexa, no Reddit, em várias plataformas de streaming como o Hulu e a Disney +, na aplicação de troca de mensagens Signal e na Delta Air Lines. Nos Estados Unidos, a Lyft, rival da Uber, também ficou indisponível para milhares de utilizadores. Também o motor de inteligência artificial Perplexity enfrentou dificuldades de conexão.
Para os utilizadores do site e da aplicação de aprendizagem de idiomas Duolingo, a empresa já veio assegurar que as sequências dos utilizadores (número de dias consecutivos em que utilizam a aplicação para aprender uma língua) estão protegidas, mesmo que o erro não seja resolvido nas próximas horas.
A AWS fornece capacidades de computação, armazenamento de dados e outros serviços digitais para empresas, Governos e indivíduos. As interrupções nos servidores podem causar erros em sites e plataformas que dependem de infra-estrutura de nuvem da AWS, que compete com os serviços de nuvem do Google e da Microsoft.
A base de dados Amazon DynamoDB e o processo que utiliza para comunicar com o referido centro de dados parecem ser a origem do problema, de acordo com os detalhes fornecidos pela empresa.
Os serviços da Google e de plataformas da Meta como o Facebook e o Instagram, bem como o X (antigo Twitter) parecem estar a funcionar normalmente.
O apagão da Amazon Web Services acontece pouco mais de um ano depois de dezenas de instituições e serviços de todo o mundo, como hospitais, aeroportos e bancos, ficarem paralisados ou fortemente perturbados devido a uma falha informática de um sistema de cibersegurança que afectou a utilização do sistema operativo Windows, da Microsoft. A empresa CrowdStrike saltou para as manchetes de todo o mundo em Julho de 2024 ao descobrir-se que foi um problema numa actualização do seu software Falcon para Windows que provocou uma falha informática a nível global.