O Governo escocês não quer pagar a conta das viagens deste verão de Donald Trump e JD Vance — e Londres também não quer desembolsar dinheiro.

A secretária de Finanças da Escócia, Shona Robison, que representa o Partido Nacional Escocês, que apoia a independência, quer recuperar cerca de 20 milhões de libras (cerca de 23 milhões de euros) em custos de policiamento e segurança do Tesouro sediado em Londres para a viagem do presidente dos EUA aos seus campos de golfe em julho último, de acordo com a ‘BBC’.

Robison também quer que Whitehall pague os 6 milhões de libras (quase 7 milhões de euros) para policiar as férias de JD Vance em Ayrshire (Escócia) em agosto.

No entanto, o Governo britânico insiste que a Escócia deve pagar a conta, pois foram visitas privadas e não assuntos oficiais do Governo.

Numa carta ao secretário-chefe do Tesouro, James Murray, Robison indicou que “há um precedente claro, em que o Governo do Reino Unido financiou custos de policiamento para visitas de dignitários estrangeiros a nações descentralizadas”.

O Tesouro diz que só pagará a conta quando emitir um convite formal aos líderes visitantes.

No entanto, Robison insistiu que a viagem de Trump foi “diplomaticamente significativa” e que não cobrir os custos “sobrecarregaria os orçamentos delegados [e] estabeleceria um precedente preocupante para futuras visitas de alto nível”.

Durante a sua visita em julho, Trump encontrou-se com o primeiro-ministro Keir Starmer, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro escocês, John Swinney.

“Estas foram visitas privadas do presidente e do vice-presidente à Escócia, e não assuntos oficiais do Governo do Reino Unido. O Governo escocês é responsável pelos custos de policiamento na Escócia, conforme os acordos de financiamento descentralizado acordados”, apontou o porta-voz do Governo do Reino Unido.

No entanto, as autoridades em Edimburgo discordam. “As visitas impuseram encargos operacionais e financeiros substanciais aos serviços públicos escoceses”, afirmou o ministro das Finanças Públicas da Escócia, Ivan McKee.

“Essas visitas foram significativas para as relações internacionais do Governo do Reino Unido, com o primeiro-ministro a encontrar-se formalmente com Trump durante a sua visita em dois locais distintos na Escócia. Os custos não podem ser considerados uma questão exclusiva do Governo escocês”, considerou o Executivo da Escócia.