BNP Paribas 
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O BNP Paribas apresentou resultados trimestrais acima das expectativas. O volume de negócios cresceu 2,5% graças à rede de bancos de retalho (+5%), que beneficia do aumento das receitas de juros. A atividade manteve-se dinâmica na Bélgica, França e Itália. Bons resultados também no negócio dos seguros e nas atividades de mercados. 

Do lado dos custos, aumentaram apenas 0,9% no período, constituindo o segundo pilar de alavancagem do banco, que viu o lucro operacional crescer 5%. Dos 600 milhões de euros em poupanças previstas para 2025, 380 milhões já foram realizados nos primeiros seis meses do ano.

A direção do BNP Paribas pode, assim, anunciar um bom segundo semestre e prever um lucro líquido superior a 12,2 mil milhões em 2025, o que representa um aumento de 4,4% face a 2024.

Os motores deste crescimento são a integração da gestão de ativos da Axa e os planos de melhoria da rentabilidade na banca de retalho e no crédito ao consumo. Revemos em alta as nossas previsões de lucro por ação: 10,3 euros em 2025 (antes 10) e 11,7 euros em 2026 (antes 10,7). 

O BNP Paribas beneficiou do aumento das receitas e do controlo dos custos. A ação valoriza mais de 30% desde o início do ano, mas mantém ainda margem para avançar e o rendimento do dividendo (7,2% para 2026) é elevado. 

Mapfre 
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A Mapfre obteve um lucro de 0,185 euros por ação na primeira metade de 2025, o que representa mais 24% do que em 2024. Os resultados demonstram a solidez de um negócio bem diversificado, com três grandes focos geográficos em pleno crescimento: Ibéria (+42%), América Latina (+10%) e Estados Unidos (+42%).

Por ramos, o negócio de não-vida da Mapfre continua a ganhar eficiência e supera agora o ramo-vida. Mantemos as previsões de lucro para o conjunto do ano (0,32 euros por ação), embora tudo indique que poderão ser superadas devido ao bom desempenho do negócio.

No último ano, a ação valorizou quase 70%, mas continua em níveis de valorização atrativos. Além disso, o rendimento do dividendo, em torno de 5%, embora mais baixo do que no passado, permanece interessante. Em suma, a seguradora espanhola registou um bom primeiro semestre com uma melhoria em todos os mercados-chave e o reforço da rentabilidade. 

Melexis 
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Os clientes continuaram a reduzir os inventários, mas a Melexis esteve melhor. No segundo trimestre de 2025, o volume de negócios atingiu 211,6 milhões de euros (+6,7% do que no primeiro trimestre) e a margem operacional passou de 14,6% para 16,8%.

Estes resultados superam as previsões da Melexis para o primeiro semestre, com um volume de negócios de 409 milhões (em vez de 400) e uma margem operacional de 15,8% (em vez de 15%). Porém, as quedas em termos homólogos continuam acentuadas. 

Para o segundo semestre, a Melexis mantém um otimismo prudente e prevê um crescimento do volume de negócios entre 3,8% e 6,2%, o que deverá elevar o total anual para 835-845 milhões (-10% face a 2024), com uma margem operacional de cerca de 16% (23,6% em 2024). 

A fraqueza do dólar (a maioria das vendas é feita em dólares) penaliza os resultados. Depois de um lucro por ação de 4,24 euros em 2024, mantemos a previsão para 2025 em 3 euros, com uma recuperação lenta para 4 e 4,35 euros em 2026 e 2027, respetivamente. 

O segundo trimestre, melhor do que o previsto, foi recebido com algum alívio após os sinais menos positivos (procura fraca da China) vindos de outros fabricantes de chips.

As perspetivas para o segundo semestre mantêm-se modestas, mas há confiança no sucesso dos novos conceitos de chips (“design wins”) e no potencial do mercado da robótica, no qual a Melexis aposta mais a longo prazo. 

Novo Nordisk 
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A cotação da Novo Nordisk caiu mais de 20%. O que aconteceu? 

Aguardava-se uma melhoria dos resultados no segundo semestre após a proibição da venda de preparações equivalentes (autorizadas temporariamente) dos medicamentos da Novo Nordisk, o antidiabético Ozempic e o antiobesidade Wegovy nos Estados Unidos. Porém, os acionistas enfrentaram uma nova deceção. A farmacêutica dinamarquesa emitiu um alerta sobre os seus resultados para 2025. 

A Novo Nordisk prevê agora um crescimento das vendas em 2025 entre 8% e 14% (excluindo efeitos cambiais), em comparação com a previsão anterior de 13% a 21%. Da mesma forma, reduziu as previsões de crescimento do lucro operacional (excluindo efeitos cambiais) para 10% a 16%, face aos anteriores 16% a 24%. 

O motivo apontado para este crescimento mais fraco é a forte concorrência da Eli Lilly nos Estados Unidos. Apesar do lançamento do Wegovy em novos mercados, a sua expansão está a ocorrer de forma mais lenta do que o previsto. 

Apesar da queda acentuada da cotação, não deve comprar precipitadamente. A Novo Nordisk está a perder quota de mercado de forma mais acentuada do que o esperado face à Eli Lilly. Não se vislumbra, para já, uma forma clara de inverter esta situação e a visibilidade dos resultados permanece reduzida. A nomeação de Maziar Mike Doustdar como novo líder da Novo Nordisk pode alterar o cenário, mas não está nada garantido. 

Apesar da deceção, a Novo Nordisk mantém-se sólida e o crescimento do setor da obesidade continua dinâmico. Dada a fraqueza da cotação, pode manter a ação em carteira. O grupo publicará os resultados do segundo trimestre a 6 de agosto. 

Thales 
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A cotação recuou ligeiramente após a apresentação dos resultados trimestrais, apesar da Thales ter revisto em alta o objetivo de volume de negócios para 2025. A previsão passou para um crescimento entre 6% e 7%, face aos anteriores +5% a 6%. Este anúncio foi considerado insuficiente pelos investidores, que ficaram dececionados com a manutenção do objetivo de margem entre 12,2% e 12,4%.

A margem no primeiro semestre de 2025 foi de 12,2%. Após os bons resultados da Saab e os anúncios positivos da Rheinmetall, o mercado esperava mais dinamismo da Thales. No entanto, os resultados trimestrais foram sólidos. As encomendas ascendem a 6,5 mil milhões de euros, face aos 3,7 mil no primeiro trimestre.

No setor da defesa, totalizam 4,44 mil milhões de euros, acima do esperado. A Thales beneficiou de cinco encomendas superiores a 100 milhões, incluindo a venda de 26 aviões Rafale à Índia, por mais de mil milhões de euros.

Em julho, foi assinado um contrato importante com o exército britânico. Outro ponto positivo: os fluxos de caixa gerados após investimentos ascendem a 499 milhões de euros, contra -85 milhões no primeiro semestre de 2024, graças ao dinamismo nos setores da defesa e aeronáutica. 

Os investidores não reagiram com entusiasmo à publicação dos resultados trimestrais da Thales. No entanto, há elementos muito positivos e a cotação continua atrativa.