As Forças Armadas dos Estados Unidos expandiram a sua campanha de combate ao tráfico de droga e realizaram um ataque contra uma embarcação suspeita de transporte de estupefacientes, na noite de terça-feira, 21, em águas do Oceano Pacífico, ao largo da América do Sul, disse um responsável norte-americano à Reuters esta quarta-feira.
O ataque é a primeira operação militar norte-americana conhecida no Pacífico desde que a administração Trump iniciou uma nova ofensiva contra o tráfico de droga, que já resultou em pelo menos sete ataques nas Caraíbas e aumentou de forma significativa as tensões nas relações dos EUA com a Venezuela e a Colômbia.
O responsável, que falou sob condição de anonimato, não forneceu mais detalhes, mas afirmou que havia várias pessoas — suspeitas de serem traficantes — a bordo da embarcação no momento do ataque. O Pentágono não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
O ataque mais recente, inicialmente noticiado pela CBS News, ocorre num contexto de reforço militar dos EUA nas Caraíbas, que inclui navios de guerra com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6500 soldados. Especialistas em direito têm questionado por que motivo os militares norte-americanos estão a realizar estes ataques, em vez da Guarda Costeira, que é a principal agência de fiscalização marítima dos EUA, e porque não são realizadas outras tentativas de travar os carregamentos antes de recorrer a ataques letais.
Em Agosto, a Guarda Costeira lançou uma operação, conhecida como Operação Viper, para interceptar embarcações de tráfico de droga no Oceano Pacífico. A 15 de Outubro, a Guarda Costeira informou ter apreendido mais de 45 toneladas de cocaína. Não ficou claro por que razão a Administração optou, neste caso, por realizar um ataque em vez de interceptar a embarcação.
Na semana passada, a Reuters foi a primeira a noticiar que dois alegados traficantes de droga sobreviveram a um ataque militar norte-americano nas Caraíbas. Foram resgatados e levados para um navio de guerra da Marinha dos EUA, antes de serem repatriados para os seus países de origem, a Colômbia e o Equador.
Os ataques nas Caraíbas já causaram pelo menos 32 mortos, mas a Administração Trump forneceu poucos detalhes relativamente à quantidade de droga que as embarcações transportavam, ou que provas específicas se reuniram para concluir que transportavam droga.