O Renault Megane E-Tech vai atualizar-se para 2026, mas as novidades poderão incluir uma versão de alta performance, como os antigos R.S.
O primeiro Renault Megane 100% elétrico da história foi lançado há praticamente quatro anos. E se começou por registar um número de vendas bastante expressivo, o mesmo não se pode dizer no último ano.
No acumulado de 2025 (janeiro-setembro) as vendas do Megane caíram cerca de metade — de pouco mais de 25 600 unidades no mesmo período de 2024 para praticamente 12 500 unidades este ano. Há mais concorrentes, tão ou mais competitivos, e mesmo internamente, a chegada dos Scenic, R5 e R4, afetaram a carreira do pequeno familiar francês.
Está na hora, por isso, de revitalizar o Renault Megane E-Tech, estando prevista uma atualização para 2026.
Aliás, já não é a primeira vez que nos cruzamos com os protótipos de testes, mas agora sabemos que esta atualização será mais profunda que o habitual: a marca francesa quer reposicionar o Megane como uma opção mais desportiva no segmento, estando a considerar até uma versão de alta performance como os antigos Renault Sport.
O que vai mudar?
Visualmente, esperam-se diferenças mais significativas que o habitual numa atualização, especialmente na dianteira e traseira. É de esperar assinaturas luminosas novas tanto à frente como atrás, assim como para-choques de corte mais desportivo. De lado, vemos saias mais proeminentes, assim como jantes de novo desenho.
O que também já não é novidade é a adoção de novas baterias. O modelo atual já só está disponível com a bateria de 60 kWh (úteis) da LG, mas as novas — capacidade não descriminada — deverão ser fornecidas pela Envision AESC, parceira da Renault e produzidas na fábrica de Douai, em França.
Dito isto, especula-se que o Renault Megane 2026 possa também vir a adotar baterias de química LFP (fosfato de ferro-lítio), mais baratas e que poderão contribuir para um preço de entrada inferior.
No outro extremo, tudo indica que possa equipar uma bateria de maior capacidade, como a de 87 kWh do Scenic, com o potencial de dar ao Megane uma autonomia muito superior aos até 468 km (ciclo combinado WLTP) atuais — o Scenic declara 625 km na versão com maior autonomia.
No habitáculo, também aqui se espera um reforço substancial no que à digitalização e conectividade diz respeito. A integração com os serviços Google mantém-se, mas a interface será revista para uma utilização mais fluida.
Mas as novidades do Megane 2026 poderão não ficar por aqui…
Megane R.S. elétrico a caminho?
Primeiro que tudo, Fabrice Cambolive, diretor-executivo do construtor francês, confirmou durante a edição deste ano do Salão de Munique que o Megane E-Tech será reposicionado como uma espécie de hot hatch elétrico. “É essa a direção que queremos seguir”, confessou.
Mas a surpresa veio de Cambolive ter confirmado também que estão a estudar a viabilidade de um Megane de alta performance — as primeiras propostas deverão ser reveladas dentro de 12 meses —, à imagem do último Megane R.S.
© Renault O Megane R.S. Ultime marcou o fim de uma era e também o fim da Renault Sport.
Recorde-se que o último modelo desportivo a ostentar o símbolo da marca francesa foi o Megane R.S. da quarta geração, que deixou de ser produzido em 2023 com a edição de despedida Ultime, com 300 cv.
Apesar de a Alpine ter assumido a veia desportiva no Grupo Renault, recentemente vimos a Renault a mostrar o seu lado mais aguerrido com o Renault 5 Turbo 3E: um hiper-hatch com dois motores elétricos, tração traseira e mais de 530 cv.
Se o desenvolvimento de um Megane E-Tech “R.S.” se vier a confirmar, os rumores apontam para a adoção do mesmo sistema motriz do Nissan Ariya Nismo, que recorre a dois motores elétricos — um por eixo —, para obter uma potência total de 435 cv e 600 Nm de binário.
Em causa está também a possibilidade de este modelo voltar a usar a designação Renault Sport. Cambolive deu a entender que o Grupo Renault poderá optar por limitar os seus desportivos à marca Alpine, mas não excluiu a hipótese de a Renault Sport ser “reativada no futuro”.
Quando chega?
A revelação oficial está agendada ainda para este ano, mas a chegada ao mercado só deverá acontecer no início de 2026.
