
O medicamento é comumente utilizado no tratamento de úlceras, gastrites e refluxo (Foto: Banco de imagens)
Quando foi lançado, o omeprazol representou um avanço importante no combate às úlceras gástricas e ao refluxo gastroesofágico, problemas causados pelo excesso de acidez no estômago.
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Mas, com o tempo, o remédio passou a ser usado de forma rotineira por muitos pacientes, o que aumentou a incidência de efeitos adversos. Diante disso, especialistas têm adotado uma postura mais criteriosa na prescrição do fármaco.
Riscos associados ao uso de omeprazol
Em artigo do Centro Diagnóstico Casa Vitta, o cirurgião do aparelho digestivo Bruno Mariano Schmidt explica que o omeprazol, assim como outros inibidores da bomba de prótons (IBPs), age bloqueando a produção de ácido clorídrico.
Com isso, diminui a acidez gástrica e alivia sintomas incômodos de gastrites.
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O problema, segundo o especialista, é o uso prolongado e em doses elevadas, algo que se tornou comum pela facilidade de compra sem receita médica.
Ele alerta que o consumo excessivo pode levar a pneumonia, problemas renais e até infarto, além de já terem sido registrados casos de AVC associados ao uso indiscriminado.
Outro ponto crítico é a interferência do medicamento na absorção de nutrientes como ferro, cálcio e vitamina B12, o que pode resultar em anemia, cãibras e osteopenia.
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Também há risco aumentado de infecção intestinal por Clostridioides difficile e maior probabilidade de fraturas.
“Em casos mais severos, pacientes experimentam sintomas diários de azia, queimação e regurgitação quando interrompem os IBPs”, apontou Schmidt.
Como reduzir os efeitos adversos
Apesar dos riscos, os médicos destacam que o omeprazol ainda é essencial no tratamento de úlceras, refluxo e infecções por Helicobacter pylori.
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Por isso, o ideal é utilizá-lo apenas pelo tempo recomendado pelo profissional de saúde, com consultas de reavaliação periódicas para ajustar o tratamento.
Quando o quadro for mais leve, a orientação é priorizar mudanças de hábitos antes de recorrer ao medicamento.
Controlar o peso, reduzir o consumo de ultraprocessados e manter horários regulares para as refeições são medidas que favorecem a digestão e ajudam a evitar recaídas.
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“Esses riscos valem para toda a classe dos IBPs. Eles continuam sendo medicamentos eficazes, mas devem ser usados pelo menor tempo possível, sempre com acompanhamento médico”, afirmou a gastroenterologista Karoline Soares Garcia, em entrevista ao g1.