Jim Lo Scalzo / EPA

Invasão ao Capitólio

Ainda os protestos “No Kings”. Uma declaração de Donald Trump Jr. sobre o próprio pai. A sua lista não lhe correu muito bem.

Mais de 7 milhões de pessoas manifestaram-se no fim-de-semana passado contra Donald Trump.

“No Kings” é o nome do movimento. Porque Trump não é um rei. Os organizadores dizem que é uma tentativa de defesa da democracia e uma rejeição da “monarquia” ou do “rei” no poder.

Donald Trump Jr. apareceu nesta terça-feira na Fox News para defender o seu pai (o presidente dos EUA) e atacar os democratas.

O filho mais velho de Donald Trump elogiou – de forma sarcástica – o Partido Democrata e disse: “Parabéns, pessoal, ganharam. Não temos reis”.

Na sequência desse discurso, Donald Trump Jr. apresentou uma lista de exemplos que mostram que, realmente, o seu pai não é um rei.

E foi no meio dessa lista que apresentou um exemplo que, descreve o HuffPost, é difícil de engolir para alguns críticos.

A sua frase foi: “Se ele fosse um rei, provavelmente nunca teria saído do cargo da primeira vez”.

Pois. Mas o que aconteceu quando Donald Trump deixou a Casa Branca em 2021? O ataque ao Capitólio.

O Congresso dos Estados Unidos da América estava a confirmar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, de Novembro de 2020, quando o Capitólio foi invadido.

Um grupo de apoiantes de Donald Trump, presidente anterior mas derrotado dessa vez, começou a forçar a entrada no edifício (e muitos entraram mesmo), insatisfeitos com o resultado do acto eleitoral.

O próprio Donald Trump Jr. enviou mensagens ao então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, para que o pai travasse rapidamente aquele ataque.

“Ele tem de condenar isto imediatamente. A publicação da Polícia do Capitólio não chega”, escreveu Donald Trump Jr., de acordo com transcrições divulgadas durante uma investigação da Câmara dos Representantes. E Mark Meadows concordou.

Mais: Donald Trump foi eleito presidente de novo, no ano passado, e quando regressou à Casa Branca, uma das suas prioridades foi perdoar todos os envolvidos no ataque ao Capitólio – incluindo quem foi condenado por agredir polícias.

As reacções críticas nas redes sociais espalharam-se. O HuffPost reuniu algumas: “Todos eles guardaram convenientemente na memória o dia 6 de Janeiro”, ou “Isto vai para além da paródia”, ou “Uh…lembras-te do que ele tentou fazer?”.

Ou ainda a ironia “Sim, provavelmente Trump teria incitado uma insurreição ou algo do género. Colocaria os seus capangas no Capitólio. Tentaria impedir a validação eleitoral. Isso teria sido mau”.


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