O debate sobre o impacto das redes sociais na vida dos adolescentes tem sido alargado a vários países, com potenciais proibições na agenda dos governos. Agora, depois da Austrália, Noruega, Dinamarca e até da União Europeia, há outro país a ponderar impedir os adolescentes de acederem às plataformas.
Um projeto de lei apresentado, em maio, pela deputada Catherine Wedd, do Partido Nacional, que procura restringir o uso das redes sociais por adolescentes, foi selecionado, esta quinta-feira, para ser apresentado ao parlamento.
A legislação proposta exigirá que as plataformas realizem um processo de verificação de idade, semelhante à lei australiana de proibição do uso de redes sociais por adolescentes, aprovada em 2024, conforme informámos.
Embora o projeto de lei tenha recebido apoio dos membros do Partido Nacional, os seus parceiros de coligação ainda não confirmaram se irão apoiá-lo.
Nova Zelândia tem avaliado impacto das redes sociais
O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, tem levantado preocupações sobre os danos à saúde mental causados pelo uso excessivo das redes sociais entre os adolescentes, nomeadamente desinformação, bullying e representações prejudiciais da imagem corporal, conforme tem sido amplamente apontado.
Neste sentido, uma comissão parlamentar do país tem analisado o impacto dos danos das redes sociais nos jovens e os papéis que o governo, as empresas e a sociedade devem desempenhar para lidar com isso.
De acordo com um comunicado da comissão, na semana passada, está previsto um relatório sobre o tema para o início de 2026.
Entretanto, não sendo ainda claro quando o projeto de lei será apresentado ao parlamento, a organização de liberdades civis PILLAR criticou que ele não protegerá as crianças online.
Em vez disso, a proibição das redes sociais vai criar sérios riscos à privacidade e restringirá a liberdade online dos neozelandeses: “Alinhar-se aos esforços internacionais pode parecer responsável, mas é uma formulação de políticas preguiçosa”, segundo o diretor-executivo da organização, Nathan Seiuli, em comunicado.

