As rendas contratadas em Lisboa caíram 3,4% no segundo trimestre de 2025 face ao mesmo período do ano passado, segundo o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário. Trata-se da maior descida homóloga registada na capital nos últimos quatro anos, agravando-se face à queda de 0,9% verificada no primeiro trimestre deste ano.

Após um período de forte crescimento entre meados de 2022 e 2023, o mercado de arrendamento lisboeta tem vindo a arrefecer. A tendência de descida consolidou-se com duas quedas expressivas em trimestres anteriores: -2,7% no terceiro trimestre de 2024 e -1,5% no primeiro trimestre de 2025. No entanto, os dados do segundo trimestre mostram uma recuperação ligeira com um crescimento trimestral de 0,7%, insuficiente, contudo, para inverter a trajetória negativa em termos anuais.

Já no Porto, as rendas contratadas também continuam a recuar em cadeia, com uma variação trimestral de -0,7% no segundo trimestre — o terceiro trimestre consecutivo de descida. Apesar disso, as variações têm sido residuais (entre -0,3% e -0,7%), o que mantém a variação homóloga em terreno positivo: os valores contratados subiram 0,7% face ao segundo trimestre de 2024.

“Apesar de haver uma recuperação trimestral das rendas em Lisboa, o momento atual do mercado continua a ser de arrefecimento dos valores praticados conforme mostra o comportamento no prazo do último ano. Este cenário reflete o maior fluxo de entrada de casas para oferta de arrendamento, visível desde meados de 2023 tanto em Lisboa como no Porto. Num ajuste natural do mercado, havendo mais oferta, existe menos pressão sobre a procura e as rendas descem. No entanto, paradoxalmente, este aumento da oferta acabou por ser uma reação dos proprietários a um mercado em que as rendas chegaram a subir 30% num ano, atingindo valores recorde”, comenta Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

Segundo o SIR-Arrendamento, no segundo trimestre de 2025, a renda média de um apartamento T2 foi de 1 544 euros em Lisboa e de 1 260 euros no Porto.