O brilho do ouro e da prata está a vacilar. Depois de meses a galgar máximos históricos, os investidores enfrentam agora uma encruzilhada: manter lucros arriscados ou ceder ao pânico. O que desencadeou esta queda súbita e como reagir antes que a maré mude de vez?

Ilustração de ouro e prata

O artigo, publicado na QZ, oferece uma visão atenta ao mercado destes commodities.

Como vamos perceber, depois de meses de ganhos impressionantes, o mercado dos metais preciosos mostra sinais de vacilação. O que está a provocar esta reversão?

Ouro e a prata perdem fôlego, mas não significa alarme imediato

Investidores em commodities aproveitaram uma onda de lucros em 2025, com ouro e prata a destacarem-se como ativos de proteção.

O ouro subiu cerca de 56% no último ano e 60% no acumulado de 2025, enquanto a prata disparou 62,6% no ano passado e 78,4% este ano. Contudo, na última semana ambos sofreram quedas: ouro caiu 2% e prata 5%, tendência que se intensificou até GLD cair 6% e SLV 7,9% num único dia.

Segundo Daniela Sabin Hathorn, analista sénior da Capital.com, estas quedas refletem apenas um ajustamento natural:

O rali em ouro e prata já estava sobreaquecido, pelo que alguma realização de lucros era expectável. Os fundamentos permanecem sólidos.

1. Surpresa de Xangai

O aumento dos requisitos de margem na Bolsa de Xangai provocou uma venda em cadeia, que se espalhou da Ásia para o resto do mundo.

A intensidade das correções sugere que parte do rali recente foi movido por especulação.

Explicou Brett Elliott, diretor da APMEX.

2. Mercado físico apertado

A escassez física de prata tem alimentado o rali, mas também cria vulnerabilidade. Elliott acrescenta:

Um forte recuo com a saída de especuladores não é surpreendente, mas isso não impede um rali sustentado pela escassez física, como se vê no platina.

3. Tensão geopolítica EUA-China

O ouro beneficiou inicialmente de preocupações sobre as relações entre os EUA e a China, com especulações de que Pequim poderia redirecionar reservas dos títulos do Tesouro norte-americano para o ouro, pressionando taxas de juro e o dólar.

Wyatt McDonald, presidente da Coinfully, destaca:

O ouro é um ativo movido por expectativas. Quando essas são postas em causa, os preços ajustam-se rapidamente.

Dada a volatilidade atual, McDonald recomenda uma revisão da exposição a metais preciosos:

Se a volatilidade o preocupa, talvez deva reduzir a alocação. Se acredita no aumento a longo prazo, a situação é diferente.

Conclusão…

O ouro e a prata podem parecer sempre uma aposta segura, mas mesmo os metais preciosos sofrem altos e baixos. As recentes quedas mostram que os preços não sobem indefinidamente e que fatores como especulação, escassez física e tensões internacionais influenciam o mercado.

Segundo a publicação, para quem investe, é importante perceber que ganhos rápidos podem ser seguidos de recuos e que a cautela e a diversificação continuam a ser essenciais, mesmo com ativos considerados “protegidos”.

 

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