O Diesel está em vias de extinção mas continua a ser sinónimo de eficiência e esta Skoda Superb fez 2831 km sem reabastecer para o provar.
A indústria caminha a passos largos para um futuro 100% elétrico. E com o investimento crescente nesta tecnologia, há outras que estão, inevitavelmente, a ficar para trás. As motorizações Diesel são disso exemplo e, em poucos anos, passaram de «bestiais a bestas».
Uma das razões para esta «morte lenta» dos motores a gasóleo deve-se ao facto de os próprios construtores estarem a abandonar esta solução em favor de sistemas híbridos e 100% elétricos, para cumprirem normas de emissões cada vez mais exigentes.
Mas há exceções e a Skoda é uma delas. A marca checa continua a apostar no Diesel e o Superb é um dos modelos que ainda mantém esta motorização em vias de extinção — neste caso, o conhecido 2.0 TDI de 150 cv.
Apesar da sua popularidade ter caído a pique, o Diesel ainda tem argumentos de peso quando o tema é eficiência. Prova disso foi o recorde recentemente alcançado por Miko Marczyk, vencedor do Campeonato Europeu de Ralis de 2025, que percorreu 2831 km ao volante de um Skoda Superb 2.0 TDI sem reabastecer — um feito que lhe valeu a entrada no Guinness World Records.
À exceção de duas pequenas alterações — pneus de baixa resistência ao rolamento e suspensão rebaixada em 15 mm —, o Superb utilizado estava completamente de série. E o objetivo era simples: melhorar a aerodinâmica e maximizar a eficiência.
Quase 3000 km sem abastecer
Para maximizar as hipóteses de estabelecer um recorde, o piloto polaco encheu o depósito de 66 litros do Skoda Superb até ao topo. Mas isto, por si só, não era suficiente para garantir uma autonomia superior a 2000 km.
Além disso, o piloto de 29 anos teve de adotar um estilo de condução suave e contido: “olhe em frente, antecipe-se, alivie o acelerador a tempo e tente travar o menos possível. Acelere de forma suave e gradual”, recomendou.

A sua viagem começou em Lodz, na Polónia, com destino a Paris, passando pela Alemanha, Países Baixos e Bélgica, antes de regressar ao ponto de partida. Durante os 2831 km, o piloto manteve uma condução extremamente contida, tendo registado uma velocidade média de cerca de 80 km/h.
Consigo viajava um veículo de suporte, que seguia alguns quilómetros à frente, para o ajudar a antecipar o trânsito e a evitar travagens desnecessárias.
No fim deste teste o resultado foi impressionante: um consumo médio de apenas 2,61 l/100 km. Muito abaixo dos 4,8 l/100 km declarados oficialmente pela marca. Em algumas secções, com vento favorável, o piloto chegou a registar valores tão baixos quanto 2,2 l/100 km.
Um motor Diesel muito eficiente
Debaixo do capô estava, como já referimos, o conhecido 2.0 TDI de 150 cv e 360 Nm de binário. E neste caso, associado a uma caixa automática DSG de sete velocidades. Com apenas 20 mil quilómetros no odómetro, este conjunto não se destacou apenas pela sua eficiência mecânica.

O recorde deveu-se também a um conjunto de fatores que jogaram a favor da economia: as jantes de 16″, a utilização criteriosa do modo Eco e o peso contido de 1590 kg. Elementos que, em conjunto, demonstraram que os veículos Diesel, quando bem conduzidos, continuam a ser os verdadeiros campeões das longas distâncias.
É certo que, no quotidiano, estes consumos estão longe de ser replicáveis. Ainda assim, esta motorização continua a ser uma das mais equilibradas do mercado — eficiente, com bons consumos e uma autonomia que ainda poucos (ou nenhuns) elétricos conseguem igualar nos dias de hoje.