Líder do Chega garante que decisão ainda não está tomada, mas nenhum dos candidatos já conhecidos agradam ao partido

Numa entrevista em exclusivo à CNN Portugal esta quinta-feira, André Ventura, presidente do Chega, admitiu que poderá ser candidato às Presidenciais de 2026. Para isso, avisa, será necessário “sentir duas coisas”.

“Eu só serei candidato a Presidente da República se sentir duas coisas: que nenhum dos candidatos preenche os mínimos de requisitos para os valores que defendemos, e se o partido entender que, apesar das circunstâncias atuais e neste quadro parlamentar, eu devo ser candidato presidencial. Apenas nesses casos”, avançou.

O líder do segundo maior partido garante, no entanto, que a decisão “não está tomada nem pelo partido nem por mim próprio”, sublinhando tratar-se também de uma “escolha pessoal”. Ainda assim, e sem descartar uma possível candidatura, Ventura admite que esse cenário “não é o desejável”, já que grande parte do seu trabalho deve ser feito, no seu entender, na Assembleia da República.

“Não é desejável que o líder da oposição seja candidato a Presidente da República. Não é o cenário desejável para o país. Pode acontecer, mas não é desejável”, referiu na entrevista.

Certo é que o presidente do Chega não parece particularmente entusiasmado com nenhum dos candidatos já conhecidos. Nem mesmo com Henrique Gouveia e Melo, nome que ao início até se falou poder ser apoiado pelo partido.

O presidente do Chega recorda que o partido recebeu, nas últimas legislativas de 18 de maio, “uma responsabilidade muito grande de liderar a oposição”, pelo que não pode “ficar em silêncio perante nenhuma eleição”.

Para apoiar outro nome que não o do líder, o partido já definiu o perfil que pretende de um candidato. “Gostaríamos que outro nome preenchesse os valores que o Chega tem vindo a preencher, quer na área da corrupção, quer na imigração, na segurança ou até mesmo no tema agora dos incêndios”, defende, acrescentando que “vamos tomar uma decisão em breve porque o calendário esta a acelerar”.

Perante os candidatos já anunciados para a corrida a Belém, André Ventura considera que nenhum cumpre os requisitos do partido que lidera desde 2019. Muitos dos candidatos que se têm apresentado não têm cumprido aquilo que são um conjunto de exigências e valores que o chega tem como fundamentais”.