A crise dos chips volta a impactar a indústria automóvel. Além do Golf, a Volkswagen poderá suspender a produção de mais modelos em Wolfsburg.
A Volkswagen deverá suspender a produção do Golf na fábrica de Wolfsburg, na Alemanha, já a partir da próxima quarta-feira, 24 de outubro, para uma manutenção programada, mas corre o risco de se prolongar devido à nova crise de semicondutores ou chips.
Esta notícia não é propriamente uma novidade. Esta semana, a marca alemã alertou os seus funcionários de que, embora a produção ainda não tenha sido afetada, poderá sofrer interrupções a curto prazo.
Além do Golf, a paragem inclui também os Tiguan e Tayron, todos produzidos na mesma unidade. A Volkswagen não especificou quanto tempo a produção poderá ficar suspensa, sendo que não foi excluída a possibilidade de interromper a atividade noutras fábricas.

O que se está a passar?
A mais recente escassez de chips está a ter origem nas restrições impostas pela China às exportações da Nexperia, fabricante neerlandesa de semicondutores controlada pela chinesa Wingtech. A empresa fornece cerca de 60% da sua produção à indústria automóvel.
As restrições surgiram depois de o governo dos Países Baixos ter decidido nacionalizar a Nexperia — uma medida tomada sob pressão dos EUA —, para limitar a influência da Wingtech.
Apesar dos chips da Nexperia não serem considerados topo de gama (como os usados para condução autónoma), são produzidos em grande volume e usados para várias funções essenciais no automóvel, desde interruptores a controlos da direção.
“Sem estes chips, os fornecedores automóveis europeus não conseguem fabricar as peças e os componentes necessários para abastecer os construtores, ameaçando interromper a produção. Os stocks atuais de chips da Nexperia devem durar apenas algumas semanas”, disse a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis).
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Impacto direto na Volkswagen
Christian Vollmer, chefe de produção da Volkswagen disse ao jornal Handelsblatt que o construtor já terá assegurado um fornecedor alternativo de chips. “Temos um fornecedor alternativo que poderá compensar a perda de abastecimento de semicondutores sa Nexperia”, disse.
Contudo, ainda não se sabe com que rapidez é que estes chips vão conseguir ser entregues e/ou se serão compatíveis com os componentes já utilizados nos automóveis da marca.
Perante este cenário, o construtor alemão já iniciou negociações com o governo alemão sobre a possibilidade de recorrer ao programa Kurzarbeit, um esquema de trabalho de curta duração subsidiado pelo Estado, que permite evitar despedimentos em massa durante períodos de paragem temporária.
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