No centro do debate da indústria automóvel e da gestão do tráfego há largos anos, a responsabilidade em relação a uma condução mais sustentável não recai apenas nas fabricantes, uma vez que os condutores têm, também, um papel importante. Neste sentido, um novo estudo descobriu um modo de condução que pode reduzir tanto CO2 quanto o emitido por países como Israel.
Com estradas saturadas de carros, globalmente, há muito que a sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas estão no centro do debate da indústria automóvel e da gestão do tráfego.
Neste cenário, a responsabilidade não recai apenas sobre as fabricantes, mas largamente sobre os condutores, que podem fazer uma grande diferença quando se trata de poupar energia e emissões.
Para ajudar ambas as partes na otimização dos recursos, a tecnologia pode ser um parceiro crucial, conforme descobriu um estudo recente.
Revolução verde pode ser digital e não apenas elétrica
A tecnologia nada mais é do que condução ecológica assistida por Inteligência Artificial (IA): além de prometer viagens mais eficientes, pode basear-se em dados científicos, resultando numa redução anual das emissões de dióxido de carbono (CO2) comparável às de um país inteiro como Israel.
Os sistemas de condução ecológica assistidos por IA utilizam algoritmos avançados para monitorizar e prever em tempo real aspetos-chave como a inclinação da estrada, o tráfego, a velocidade ideal e até mesmo o peso do veículo.
Desta forma, há três elementos com grande impacto na poupança de energia que podem ser ajustados, de forma quase impercetível para o condutor:
- Aceleração;
- Travagem;
- Marcha.
Se 60% dos carros das grandes cidades adotassem tecnologias de condução ecológica inteligente, a pegada de carbono urbana poderia ser reduzida em mais de 70 milhões de toneladas por ano, segundo as estimativas do estudo.
No geral, descobrimos que os trajetos dos veículos otimizados para emissões podem reduzir as emissões de carbono nos cruzamentos da cidade em 11% a 22%, sem prejudicar o rendimento ou a segurança e, com suposições razoáveis, equivalentes às emissões nacionais de Israel e Nigéria, respetivamente.
Escreveram os autores, no estudo, explicando que perceberam, além disso, que “a adoção de 10% da condução ecológica resulta em 25% a 50% da redução total”.
O estudo aponta que a chave para a evolução está no machine learning multitarefa, ou seja, os modelos de IA prevêem e gerem simultaneamente as condições de tráfego, o clima e os hábitos individuais do motorista, personalizando as recomendações em tempo real.
Mais do que isso, as simulações recolhidas no estudo mostram que a redução das emissões atinge níveis nunca vistos com medidas tecnológicas anteriores em ambientes urbanos.
Baseada na análise massiva de dados e na adaptabilidade da condução, esta abordagem torna a condução ecológica automatizada uma das políticas mais eficazes contra a poluição, de acordo com os investigadores.
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